A filha do Policial

Margot - PARTE 2

  Cheguei em casa ainda me sentindo péssima com oque tinha acontecido na praia, eu mais do que ninguém deveria saber como dói não ter uma mãe por perto.
 
  — Oi! Tia.
 
  — Oi! Querida, oque aconteceu? Porque essa carinha?
 
  Abaixei minha cabeça sem saber por onde começar a contar, e com medo também que ela ficasse desapontada comigo.
 
  — Eu disse uma coisa ruim para alguns amigos e eu não sei como consertar.
 
  Eu me sentei e comecei a contar para ela sobre a Celina e o Nico e oque tinha acontecido na praia.
 
  — Agora não sei como pedir desculpas.
 
  — Margot minha princesa, é só ser sincera com eles, você não tinha como saber, tenho certeza que vão te entender, e que isso sirva de lição para você, nunca devemos dizer coisas sem pensar antes.
 
  — Sim, eu sei! Mas eu nem tenho o telefone deles e nem o endereço, como vou falar com eles?
 
  — Bom, para isso você tem seu pai.
 
  Eu nem tinha pensado no meu pai, mas graças a ele eu consegui o endereço do Nico e da Celina.
 
  Eu preferi esperar até o dia seguinte para ir pedir desculpas, queria dar tempo para eles (ou para mim) se sentir melhor.
 
  Subi o morro sem saber para aonde ir, eu estava bem perdida, alguns caras me encaravam, outros assobiavam e outros faziam alguns comentários que prefiro não repetir. Para minha sorte eu achei alguém conhecido.
 
  — Margot?
 
  — Cleiton, graças a Deus eu encontrei você.
 
  — Oque cê ta fazendo aqui? Não devia ta andando sozinha por aqui não e nem com essa roupa.
 
  — Eu to procurando a casa do Nico e da Celina… pera aí, oque tem minha roupa?
 
  — É sério? Cê ta no morro pô, salto e roupinha de grife? Ta querendo ser roubada? Vem que eu te levo na casa deles!
 
  Eu andei até o topo do morro DE SALTO, na hora que cheguei lá em cima eu queria arrancar aquilo e andar descalça.
 
  — O NICO, ABRE Aí IRMÃO.
 
  Ele abriu a porta pensando que só seria o Cleiton, mas quando me viu o sorriso sumiu, as sobrancelhas se curvaram um pouco confuso e surpreso.
 
  — Oque ela ta fazendo aqui?
 
  — Ela disse que queria ver você e a Celina, vou indo que tenho uns corre para fazer.
 
  Ah! Cleiton, como sempre saindo na hora errada, podia ter ficado para me ajudar né!?
 
  — Minha irmã não ta.
 
  — Eu posso entrar? Eu andei até aqui de salto meus pés tão me matando!
 
  Ele me olhou de cima a baixo, só não olhou minha alma porque não tinha como. Deu um sorrisinho de lado e me deu passagem para entrar.
 
  — Ta querendo ser roubada?
 
  — Pelo visto não é uma boa roupa para vim aqui certo?

  — Atrai muita atenção, seu corpo ta marcando todo nessa saia.
 
  Meu corpo arrepiou, minhas pernas ficaram bambas, certeza que fiquei vermelha.
 
  — Eu vim pedir desculpas por ontem, eu fiquei muito mal com oque aconteceu.
 
  — Não esquenta, cê não tinha como saber.
 
  — Pois é, mas mesmo assim não é coisa que eu deveria dizer.
 
  — Relaxa aí garota, né o fim do mundo não, ta dê boa. Quer beber alguma coisa?
 
  — Ah! Não, eu só vim pedir desculpas, já to dê saída.
 
  Eu me levantei um pouco desajeitava e  acabei tropeçando, se não fosse o Nico me segurar eu teria caído no chão.
 
  Seus braços estavam em volta da minha cintura, o seu rosto tão perto do meu que conseguia sentir sua respiração na minha boca.
 
  Passei os meus olhos por todo seu rosto, enquanto olhava sua boca, me deu uma enorme vontade de beija-lo, comecei a me aproximar ainda mais dele e ele de mim, e quando nossos lábios quase se tocaram a porta abriu.
 
  — Oque ta rolando?
 
  Eu me soltei dos seus braços rapidamente e vi a Celina parada na porta olhando para nós como se estivéssemos sidos pegos no flagra.
 
  — Celina, é que eu tropecei e seu irmão me segurou para eu não cair.
 
  Enquanto eu tentava me explicar praticamente gaguejando, o Nico atrás de mim, sorria disfarçadamente.
 
  — E oque você ta fazendo aqui para começar?
 
  — Eu vim me desculpar com vocês, oque eu disse na praia ontem foi horrível e eu to me sentindo muito mal com isso!
 
  — E deveria! A gente pode não ter recebido a educação dos nossos pais, mais tivemos a tia Vera que educou a gente muito bem!
 
  — E eu fico muito feliz por vocês por isso, eu sei que perder os pais não é fácil e ainda mais tão cedo.
 
  — Seus pais morreram? {Nico}
 
  — Não… a minha mãe foi embora quando eu era criança, meu pai acabou se afundando no trabalho, quem praticamente me criou foi minha tia.
 
  — Não é a mesma coisa! {Celina}
 
  — Celina! {Nico}
 
  — Não ela esta certa, eu sei que não é a mesma coisa, na verdade, nem se compara, eu só queria que vocês soubessem que sinto muito, eu vou indo para não atrapalhar mais.
 
  Peguei minhas coisas, sai da casa e comecei a descer o morro, até que eu ouvi atrás de mim a voz da Celina:
 
  — Margot, espera!...... obrigada por vir se desculpar, sinto muito por ser um pouco grossa com você.
 
  — Isso quer dizer que você me desculpa?
 
  — Sim, kkk, e, aliás, você ta muito bonita!
 
  — Você achou? Até agora só ouvi se eu queria ser roubada.

 (RISOS)
 
  — Quer conhecer o morro?
 
  — Com esse salto? Você ta querendo me matar?
 
  — Eu te empresto uma sandália!
 
  — Então eu quero.

  Enquanto eu me trocava, ouvi alguém entrar conversando no quarto da Celina, era a Jéssica e a Larissa, acho que elas não gostaram muito de me ver.
 
  — Oque essa ai ta fazendo aqui no teu barraco? {Jéssica}

  — A Margot veio pedir desculpa por causa do que aconteceu na praia!
 
  — E você desculpou ela? {Larissa}    

  — Oque o Nico disse? {Jéssica}
 
  — Essa porra virou interrogatório? Meu irmão ta sabendo e nós dois resolveu desculpar a Margot.
 
  — Então se vocês já resolveu beleza só queria saber. {Jéssica}
 
  Nós quatro descemos o morro até um barzinho que não era tão longe da casa.
 
  — TIA VERA, TEM VISITA!
 
  Uma senhora saiu dos fundos limpando as mãos e com a roupa cheia de farinha, ela ficou toda feliz quando viu a Celina.
 
  — Oi! Meus amores, tão com fome?
 
  — Morrendo tia Vera, traz umas coxinhas para nós? O Nico acerta mais tarde. {Celina}
 
  — Larga de bestagem menina, eu amo receber vocês aqui, mas acho que eu ainda não conheço você querida.
 
  Ela se virou para mim com um sorriso carinhoso, fez eu me sentir em casa.
 
  — Essa é a Margot, ela estuda comigo.
 
  — Você é muito bem-vinda viu, e é muito bonita também!
 
  — Obrigado. (Risos)
 
  — O Nico também achou! {Celina}

  No mesmo momento que a Celina terminou a frase a Larissa se levantou furiosa da mesa que estava sentada atrás de nós.
 
  — COMO É QUE É? {Larissa}
 
  — Iiii pronto, já vi que vai da merda. {Jéssica}
 
  — OQUE MAIS O NICO FALOU? ELE TA DORMINDO COM ESSA VAGABUNDA?

  — Abaixa a voz que cê ta no bar da minha tia falo? Cê ta pensando que é quem para falar assim comigo?

  A conversa ficou quente tão rápido que eu nem tive tempo de reagir, no mesmo momento em que estávamos conversando de boa, a Larissa e a Celina já estavam brigando feio, e eu sem entender absolutamente nada do que estava acontecendo.  

ingrideduarda232

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