A extensão de mim (natiese)

39.

Nathy Smith

Amor é mergulhar em um olhar que não te afoga, é transformar um abraço em um abrigo, é morar em alguém que, mesmo com tantos defeitos e diferença, não te assusta. E foi exatamente assim que foi acontecendo comigo e Priscilla, nós nos amamos com nossos defeitos, com nossas qualidades e tudo mais. Nós nos escolhemos e estamos vivendo a nossa história, vivendo o nosso momento, perceber que Priscilla está aceitando Valentina me fez a amar mais ainda, se é que isso é possível.

Priscilla me convidou para sair hoje, e se arrumou primeiro, depois que eu me arrumei, fui até a sala para encontrar com ela e tive uma linda visão, Priscilla estava dando de mamar para Valentina, sentada na poltrona, rindo com Leny que brincava com Christopher que estava dando altas gargalhadas, foi inevitável não sorrir. O olhar de Priscilla se cruzou com o meu e nós sorrimos uma para outra. Logo vi Christopher começar engatinhar na minha direção e fui até ele o pegando. Priscilla colocou Valentina para arrotar e se levantou vindo até mim.

- Você está linda- beijou meus lábios.

- Só não tanto como você. - elogiei e beijei a testa de Valentina.

Priscilla estava com um vestido curto preto, com um belo decote, salto prata e seus cabelos soltos, definitivamente maravilhosa. Mas quando não estava?

A vi dar algumas ordens para Leny, dizendo que Anahi e Dulce logo chegariam.

E naquela noite, pela primeira vez, Priscilla beijou Valentina antes de sair. Eu estava atenta a cada atitude dela, e estava me apaixonando mais.

Entramos no carro e eu perguntei.

- Você nem me deixou dirigir, para onde vamos?

Ela prendeu a língua nos dentes e sorriu.

- Jantar, amor.

A olhei e ri.

- Aonde?

- Num restaurante na cidade.

Revirei o olhos.

- Tudo bem. - disse me dando por vencida.

Acompanhei atentamente o trajeto que estávamos fazendo para tentar identificar qual era o restaurante.

- Acha que as crianças vão ficar bem? - ouvi minha noiva perguntar.

- Vão sim, Christopher é apegado a ANahi e Valentina não estranhou ela também, e ainda tem Dulce, e eu combinei com Leny dela dormir lá em casa. - ainda a percebi tensa, então coloquei minha mão na sua coxa. - vai ficar tudo bem, amor.

Ela então me olhou e sorriu.

- E qualquer coisas elas ligam, né? - assenti.

E finalizamos o caminho até o restaurante entre conversas aleatórias sobre o dia, só me senti incomodada pelo restaurante que Priscilla escolheu.

É o mesmo que nós terminamos daquela vez, será que ela quer "se vingar" e me trouxe para o mesmo lugar para dizer que era muita pressão e que ela iria embora?

- Nathy? Tudo bem?

Sou tirada dos meus pensamentos por ela me chamando.

- Oi, tudo sim, t-tudo bem.

Ela assentiu e saímos do carro, entrelaçamos nossos dedos e entramos no restaurante.

Priscilla havia reservado uma mesa no canto, fomos guiadas até lá por um dos garçons. Sentamos e Priscilla pediu um suco e eu resolvi a acompanhar. Priscilla escolheu o que queria jantar e eu também.

- Estão feliz que conseguimos esse tempo para nós. - confessei recebendo um lindo sorriso de covinhas como resposta.

- É bom tirarmos um tempo para nós. - ela disse.