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     "Você acabou com a minha vida! Eu não queria engravidar, não queria um filho! E muito menos um filho encapetado!". Uma fala que não saía da minha cabeça enquanto eu me embrenhava pela mata. Sozinho, somente com uma mochila nas costas, carregando três pacotes de bolacha e uma muda de roupa. Eu não sabia para onde estava indo, só seguia o meu instinto. 
     Ter ouvido aquela conversa, só me fez querer fugir ainda mais, eu nunca fui bem vindo naquela família, e logo após ter ouvido minha mãe dizer aquilo a um homem que eu me lembrava vagamente. Alto, magro e de pele pálida, um cabelo de tamanho médio e uma barba por fazer, com um olhar distante e mórbido, mas estranhamente familiar e... reconfortante?. Ela não ficou perto de mim quando eles conversaram, mas minha curiosidade foi tão grande que eu ouvi por trás da porta. Quando ele já estava indo embora, eu tinha ido pra fora da casa, fiquei sentado em um balanço velho de madeira próximo ao portão. Ele se dirigiu até mim, e colocou a mão em meu ombro.
     — Sinto muito por isso, Christian. O destino lhe reserva muitas coisas, e eu não posso interferir diretamente nelas, — ele suspirou e eu olhei em seus olhos, e eu tive alguns vislumbres de formas humanas e translúcidas — prometo, que vai encontrar o seu lugar.
     — Quem é você?
     Ele se manteve sério, mas eu tive a impressão de que momentaneamente seu lábio subiu em um sorriso quase imperceptível. 
     — Saberá em breve, meu garoto. 
     E ele desapareceu em meio a uma névoa estranhamente escura. Arregalei os olhos sem entender e vi um objeto aos meus pés. Quando o peguei, percebi que se tratava de um metal negro e gelado, um pingente. Olhei mais de perto e vi entalhado no pingente uma forma que lembrava uma cruz, mas a parte superior se abria em duas partes curvas, o que fazia o símbolo se parecer com um tridente. O metal escuro e gelado tinha alguns desenhos esbranquiçados que pareciam se mover. Enquanto observava, vi uma corrente se formando no pingente, por susto o deixei cair.
     O pingente caiu emitindo um som metálico extremamente baixo, agora preso em uma correntinha de metal tão escuro quanto o pingente, e com os mesmos desenhos estranhos se movendo. Curioso, me abaixei e o segurei novamente, o metal gelado me trazia uma sensação estranha e familiar, que fez guardar o objeto no bolso.

     Quando entrei novamente em casa, foi a última vez que dormi na minha cama. Acordei no meio da noite logo após um estranho sonho. Me sentei na cama e observei o relógio na parede que marcava 00:30, apesar da visão prejudicada pela falta de luz, aquilo não me incomodava. Olhei em volta, meu quarto estava bagunçado, meus desenhos estavam espalhados por tudo, alguns tinham sido destruídos por minha mãe e meu padrasto. "Você encontrará o seu lugar, criança " a voz misteriosa e familiar me dissera em meu sonho. Tudo estava silencioso, todos deviam estar dormindo. Olhei embaixo da minha cama e tateei o chão, em busca da lanterna que eu deixava ali. Quando a encontrei, a liguei na intensidade mais baixa.
     Em silêncio e fazendo o mínimo de barulho possível, encontrei minha mochila, tirei tudo de dentro e comecei a guardar outras coisas nela. Uma muda de roupas, dois cadernos pequenos, alguns desenhos, meu estojo. Saí do quarto rapidamente e fui até a cozinha, o mais rápido que pude, e voltei ao quarto com dois pacotes de bolacha e uma garrafa d'água, coloquei tudo na mochila e finalmente a fechei. Abri a janela do quarto e o vento gelado bateu em meu rosto, respirei fundo e pulei a janela, fechando-a pelo lado de fora. Era uma noite com a lua clara, portanto desliguei a lanterna, andei em direção a floresta que ficava para trás da pequena chácara da minha mãe. 

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E assim termina mais um pedacinho dessa história! Espero que você tenha se divertido tanto quanto eu. Mas não se preocupe, ainda tem muita coisa boa vindo por aí. Quer saber no que isso aqui vai dar? Então fique ligado nos próximos capítulos e não perca nenhum detalhe.

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Então é isso, pessoal. Muito obrigado pela sua atenção e até a próxima.
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