01

11 0 0
                                    

a carruagem vinha em minha direção com uma velocidade furiosa, os dois cavalos tinham olhos negros que se misturavam com a noite. assim que a carruagem se aproximou enxuguei as lagrimas que haviam em meus olhos, a porta se abriu e não excitei entrar e sentar-me no abismo afável que toda noite vinha me visitar. O cavalheiro da morte estava sentado ao meu lado, o mesmo era derramado em esferas que jamais alguém ousaria conhecer. Quando finalmente a carruagem seguiu pelo passado, presente e futuro, naquela mesma dimensão em que navegávamos por uma única linha. Ele segura em minhas mãos e me força a dançar a mesma melodia que sempre dançávamos.

- sinta-se a vontade para curvar as águas de vida e lhes soprar palavras de socorro, fuja dos que estão em sua própria mente- suas observações caminhavam acima das minhas seletivas produções, e suas falas impulsivas percorriam minha mente e habitavam sonhos congelados.

fazíamos sua dança até que o brilho que guarda os céus da borda da expansão fosse comprimido, logo, o fim dos seus gostos se aproxima, o sufoco da tortura imaterial do tempo já me imprensou nas paredes da carruagem, e os espíritos mandado pela morte entraram com suas garras finas pelos meus ouvidos. Ele sorria com os olhos de brisa salgada, escondendo todo o pó que clamava por sua ajuda. Da janela eu via o fantasma de estrelas já mortas trazidas com o brilho da luz velha passarem com rapidez. No fim ele seria dono de tudo, dono dos sentimentos de todos, sua ambição vivia cada vez mais nos seus terrenos mortos, sendo eu a única pessoa viva que já pisou neles. Retornamos onde comecei, como sempre as bússolas não servem quando me entrego as suas raivosas viagens, eu não podia viver sem a morte. Saio da carruagem e posso ouvir apenas os seus gritos pedindo que o alto nos leve aos teus, mas somente no fim encontro a ilusória calmaria.

pó, clama Where stories live. Discover now