two - brown.

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Eram três da manhã, e eu não conseguia dormir. E era assim faziam uns bons dias. As provas finais me deixavam maluco, os professores me cobravam em dobro, a dedicação que faltou o trimestre inteiro, apareceu aleatoriamente agora.

"Merda..." eu me levanto, extremamente estressado. "Aquela xícara de café me ferrou."

Eu caminhava enrolado no cobertor até a cozinha, talvez um chá me ajudasse a conseguir pregar o olho.
Enquanto eu enchia minha xícara de água quente, meu celular toca.

/ oi...

Era o garoto que eu conversei dias atrás, mas a voz estava diferente. Era uma voz triste, parecia cansado.

hm, eai... Ta' tudo bem?\

/bem que eu queria.

o que aconteceu?\

/tive uma briga bem feia com uma pessoa próxima de mim.

por que brigaram?\

/ hm, a pessoa em questão falou demais, ou melhor, o que não devia.

Percebi que ele preferia esconder certas informações, e tava' tudo bem.

A briga foi muito feia?\

/ Consideravelmente, a gente não se olha na cara, moramos juntos. To' me sentindo sozinho, tava' acostumado a falar com ele toda a noite...

Cara, eu posso te dar umas dicas nesse quesito, fico sozinho o tempo todo, não que seja algo \ bom, né.

Eu rio, sem jeito. Talvez eu esteja compartilhando informações demais com um estranho.

/ *Ele ri* ?

Sim! eu tenho inúmeros hobbys! \

E ficamos ali, por boas horas, e quando eu vi, eram cinco da manhã, minha sorte era que era final de semana.

10:00 pm

O dia não começou bem, eu não tinha dormido direito, e ainda tinha que sair de casa por causa de um trabalho de escola. Eu provavelmente ia discutir com meus amigos sobre o tamanho do cartaz e voltar mais estressado pra casa.

Levanto da cama, só pra procurar minha mãe, que eu não via faziam dias. Ela vivia na sede da CG, a rede de emissoras em que minha mãe trabalha. Olhei em volta, e nada surpreso, bufo, nada dela por aqui. Tomei café e fui me arrumar pra sair.

Enquanto eu colocava a camiseta branca, minha mente me levou até o "garoto misterioso possível sociopata" que me liga as vezes. A gente conversa por tanto tempo, sem aquele silêncio constrangedor terrível. Queria saber quem raios ele é, se é da minha idade, qual será a altura, a aparência? Não consigo imaginar.

A voz do garoto misterioso é bonita, um pouco rouca, ainda mais da última vez que ele me ligou, ele estava deprimido, ela era mais baixa. E é tão bonita.

"okay, deu de pensar nisso, Chimon. Não vai te levar a lugar algum." Eu falo enquanto pego o moletom de cima do sofá.

Chegando na casa de Nara, ela atende a porta ainda de pijama, e uma cara assustadora, parece que não sou o único que dormiu pouco por aqui.

blue | perthchimonWhere stories live. Discover now