·Twenty-eight.

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A Festa de Boas Vindas

Pedro não perde uma oportunidade de agradar algum dos hóspedes, então sempre faz uma pequena confraternização, ou no caso um grande baile, em homenagem.
Ivy tinha feito um lindo vestido vermelho com ombros a mostra e mangas cumpridas, era um pouco menos rodado do que o habitual, meu cabelo estava com uma trança escama de peixe um pouco frouxa com alguns fios pendendo no rosto.
Daisy, a Dama de Companhia de Lúcia, me chamou, disse que para variar eu estava atrasada, corri para o salão de festas, as portas se abriram, todos estavam lá, vi Edmundo virar para a porta, ele estava conversando com Pedro, ele seguiu meus passos com o olhar até o ponto baixo da escada, alguém tomou minha mão, Atlas.

– Alteza, me daria a honra de dançar comigo? — fez uma reverencia leve.

Edmundo estava a uns cinco metros de nós, como veio parar alí tão rápido? Seu olhar era de reprovação e fazia que não com a cabeça, ele não manda ou desmanda na minha vida, para quê esse ciúme bobo?, assenti em um para Atlas, instantes depois uma nova música começou, o segui, dançamos duas músicas, conversamos um pouco durante elas, ele era engraçado e simpático, perguntou se era verdade se eu sabia empunhar uma espada, ficou surpreso com isso e me pediu algumas aulas de esgrima.

• Edmundo •

A tempos queria ter a coragem de falar a Meri o que realmente acho dela, ela não é só uma simples amiga, ela nunca foi só isso para mim.
Queria ter a coragem que Pedro teve para se declarar a Flora, ocorreu tão rápido com ele, fez parecer tão fácil, mas para mim não é e se não der certo e eu estragar tudo? E se ela só me ver como um amigo?
Me senti tão estúpido com minha reação a Atlas, nem sabia ao certo o porquê de que fiz, só fiz; mas as vezes Meri poderia ser mais madura ou paciente, não?
Quando a vi descendo as escadas, estava tão... bonita, na falta de adjetivos bons o suficiente, estava perfeita, parecia só notar a ela em meio aos convidados.
Corri para tentar falar com ela, devo ter empurrado uma dezena de pessoas mas ele foi mais rápido, olhei para Meri suplicando que não fosse com ele, eu estava realmente irritado com o filho do governador, mal chega e já chama atenção da única que não deveria, quem ele acha que é?
Meredith aceita dançar com ele, ela aceitou, Meri nunca dançou com outro garoto além de mim, me pareceu tão errado, eu devia ter feito isso não ele, senti uma vontade imensa de dar um soco em Atlas ou em qualquer um que me aparecesse, me virei indo até a varanda.
Não sei ao certo quanto tempo fiquei lá, mas ouvi os dois se aproximando, então fiz a primeira coisa que me veio a cabeça: me escondi atrás de um jarro de flores muito maior que eu, me sentando no chão.

– Tem certeza que não sabe usar uma espada? — Meri perguntou rindo. – aprendi assim que vim a Nárnia.

– Não mesmo! Meu pai queria que estudasse apenas diplomacia, mas sempre quis ser guerreiro. — respondeu em mesmo tom que ela. – sabe ir a guerras, empunhar espadas, atirar com arco e flechas...

Bufei e revirei os olhos, ainda atrás do jarro.

– Poderia ir a uma e morrer lá mesmo. — murmurei tão baixo que nem eu pude ouvir direito.

– Vou buscar um suco, que um também? — ele perguntou para Meri, sabia que ele estava sorrindo, sua voz soava como se tentasse corteja-la ou coisa assim.

– Sim, por favor. — ela respondeu doce.

Ouvi passos e esperei um pouco, eu iria falar com ela sobre o que sentia, hoje ainda; Eu tinha que falar, a anos guardo isso, me levantei devagar e fui até ela, Meri estava distraída olhando o mar, como sempre, ela amava ficar vendo os sereianos brincarem, amava o mar, a brisa, as estrelas, bem era o que ela dizia, seu cabelo por mais que estivesse preso, alguns fios rebeldes vooavam conforme a brisa, fiquei admirando encantado enquanto ela não percebia minha presença.

The Golden Age [01]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora