Nova cidade, nova vida!
Em San Francisco, Rodolffo se prepara para ingressar nos 49ers, enquanto Juliette inicia seu trabalho na White Castle Publishing.
Tudo na vida deles ia bem, cada dia mais apaixonados um pelo outro e não poderiam estar mais fe...
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AGORA
— Amor? — pergunto tentando esconder a preocupação em minha voz por ela ter ficado o dia todo sem me dar notícias, todas as minhas chamadas foram encaminhadas para a caixa postal e ela não respondeu as minhas mensagens.
— Sim? — a voz dela saiu arrastada e foi o suficiente para que eu percebesse que ela havia bebido, e muito.
— Você bebeu? — questionei e a ouvi estalar a língua.
— Só um pouco de vinho. — sua voz estava arrastada demais para que eu acreditasse nessa versão.
— Tem alguém aí com você? — pensei que talvez Rallyson estivesse na cidade, e por isso ela se distraiu bebendo com o amigo, ou talvez que estivesse com Sam antes dela se mudar em definitivo para Nova York.
— Estou sozinha aqui no nosso apartamento, assistindo Friends sozinha e bebendo vinho. — ela deu uma risada sem nenhuma emoção real, o que me deixa ainda mais preocupado, além dela ter enfatizado duas vezes que estava sozinha, me fazendo sentir ainda pior por estar longe.
— Quantas taças você bebeu? — perguntei e a ouvi soluçar — Amor, me responde. — tornei a pedir e pude jurar que a ouvi bebendo mais um gole do vinho — Para de beber, amor!
— Estou beeeem. — suspirei e levei as mãos ao cabelo, ouvi chamarem o meu voo e me apressei para embarcar mantendo o celular na minha orelha.
— Pequena, eu estou indo para casa. Por favor, para de beber e me conta o que aconteceu? — estava tentando manter a calma, mas ela parecia bem chateada e comecei a ficar bem preocupado com o resultado do exame.
Coloquei minha bagagem de mão no bagageiro, enquanto equilibrava o celular entre o meu ombro. Sentei na minha poltrona e afivelei meu cinto, vendo a comissária lançar um olhar feio para mim por me ver no telefone. Os passageiros ainda estavam embarcando e fiz sinal para ela que precisava apenas de mais um minuto, ela rolou os olhos antes de assentir e seguiu pelo corredor.
— Não vai me contar o que aconteceu? — tornei a pedir e a ouvi bufar.
— Sabe, eu acho que Yuri não vai ter o que ele merece, olha toda a merda que ele fez e mesmo assim as pessoas estão tentando achar justificativas para os seus erros. — estranhei ela começar a falar do babaca do Yuri do nada, suas palavras saíram meio emboladas por causa da bebida — Só pessoas boas se ferram, as más sempre conseguem o que querem.
— Não, princesa. — eu já estava me sentindo desesperado para chegar logo em casa e a confortar com meu abraço, eu já havia entendido que provavelmente o médico contou que ela não pode ter filhos e por isso ficou tão deprimida — Isso não é verdade, Yuri vai ter o que ele merece. — ela deu outra risadinha sem emoção e eu passei as mãos no cabelo de nervoso.
É difícil acreditar que eu estou falando com a minha garota, a mesma que sempre tenta ver o melhor nas pessoas, que acreditou em mim quando fui um merda com ela, se sentindo tão derrotada desse jeito. Isso me destruía de tantas formas que não conseguia nem mensurar. Minha pequena não merece isso.
