-Acontecia coisas ruins naquela época?
O sorriso que antes Jungkook não conseguia evitar, sempre que pensava em sua mãe, rapidamente se desmanchou.
-Meu pai... Ele bebia. Aparecia toda noite atrás de nós dois. Eu me escondia debaixo da cama. - Responde se lembrando de tampar a respiração debaixo daquela cama pequena enquanto ouvia os gritos dos únicos adultos daquela casa. - É tudo um sonho meu amor, não existem gritos.
-Ela dizia isso?
-Sim.
-Desligue o telão Jungkook. Volte novamente a flutuar. Vamos andar um pouco, seus quatorze anos. Me diga uma lembrança boa.
A luz branca invade novamente a visão de Jeon. O telão se acendia novamente, aos poucos, dando lugar para uma de suas memórias.
O piano. Aquele grande instrumento de cauda. Talvez, a coisa mais valiosa daquele lugar que era obrigado a chamar de lar.
Naquela noite, decidiu arrumar um emprego. Era aniversário de sua mãe e não conseguiu dar um presente. Queria poder oferecer as maquiagens que ela tanto queria, cobririam facilmente as manchas roxas espalhadas por seu rosto bonito.
Eram muito parecidos. A mulher insistia em dizer que Jungkook era sua versão masculina e que ele era o melhor presente que ela poderia ter.
Mesmo assim, se esforçou em aprender a tocar algumas melodias a partir de uma revista velha que tinha em seu armário. Presenteou a mãe com suas músicas favoritas, ato que a fez chorar.
-O que você vai querer no seu aniversário meu amor? - A mulher pergunta, abraçando o filho com força.
-Eu não sei.
-Ah vamos, pense. Eu não tenho condições boas para algo grande. Mas me diga.
Jungkook se põe a pensar. O que a mãe teria condições de lhe dar?
-O tempo anda muito frio. Você costura mãe, eu quero um cachecol azul escuro. - Diz vendo a mulher concordar.
-Você vai ter o cachecol mais bonito de todos. - Responde sorrindo.
-Seu aniversário é perto do dela? - O terapeuta pergunta, arrumando os óculos que insistiam em descer pelo seu nariz.
-Dois meses depois.
-Ótimo, então vamos agora para essa data. Você geralmente comemora seus aniversários?
-Não.
-Desde quando?
-Desde os quartoze.
Jimin que estava em silêncio, no canto da sala, parecia ligar os pontos. A noite de seu aniversário, quando tudo mudou. Era estranho para si ouvir o moreno falar tão abertamente pelas coisas que passou, queria conseguir fazer o mesmo.
Só estava ali por Jungkook, que disse que seria importante para os dois se curarem com a ajuda de um profissional. O que realmente era verdade, ainda mais se quisessem uma família.
Agora o loiro estava ali, observando o namorado praticamente deitado, com seus olhos e as mãos fechadas com força, tentando se acalmar com as coisas que revivia.
Jungkook pediu para que o loiro o acompanhasse. Não conseguiria sozinho.
-Jeon. O telão se acende mais uma vez, era seu aniversário. O que aconteceu?
A respiração do empresário fica mais forte, voltar as lembranças daquele dia, era extremamente assustador.
-É preciso, tente. Se não conseguir paramos aqui e tentaremos de novo outra hora. Você consegue Jeon. - O terapeuta diz vendo o casal um tanto agoniado.
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Aceita uma bebida? | jikook
RomanceLivro físico pela editora epiphany em agosto. (Não foi corrigida) Jimin se muda para Seoul com o objetivo de recomeçar sua vida longe de seu ex namorado abusivo, que o encheu de traumas cujo pensa que nunca irá conseguir superar. Tudo parecia ir mui...
29- O que o piloto da morte fez?
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