𝐶aixa e algumas cartas

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ㅤㅤ 𝒯 odos os dias, recebia cartas sem remetente. Outra coisa que para mim é um mistério, era o fato que quando a carta não era digitada, era colagens e isso me deixava encabulado. Já cogitei em perguntar até descobrir quem poderia ser, mas Yunho disse que a pessoa que envia aquelas cartas não iria se revelar e que eu precisava de alguma ideia para descobrir quem poderia ser essa pessoa. Acabei deixando para lá, mas isso ainda me deixava com a pulga atrás da orelha.

Guardei todas aquelas cartas em uma caixa que mantinha trancada com uma chave. Era uma caixa branca com uma listra lateral marrom, a chave era dourada; assim como a tranca. Sempre me certificava se a caixa estava no mesmo lugar em que a deixava e trancada. San queria saber o que estava escrito naquelas cartas, mesmo sabendo que ele era incapaz de tentar quebrar a tranca, tinha medo que abrisse. A caixa estava do jeito que guardei, isso me deixava tranquilo.

Acordei com o auxílio do despertador naquela manhã e fiz minhas higienes matinais. Esperei para ver se os meninos acordaram, mas nada deles saírem da cama — o primeiro que avistei foi Seonghwa, que estava com uma cara de sono. Esfregava os olhos e caminhava lentamente.

— Bom dia! — disse Seonghwa enquanto bochecha.

— Bom dia! — falei enquanto ele passava por mim.

Não vi nenhum sinal dos outros e resolvi acompanhar Seonghwa, ainda não havia tomado o café. Assim que cheguei na cozinha, me deparei com os meninos sentados em volta da mesa. Eles conversavam e riam, aquela cozinha estava um caos, como sempre. Dei um sorriso de agradecimento quando Jongho me entregou um prato com meu café da manhã. Seonghwa fez uma cara de confusão quando percebeu haver nada para ele, Wooyoung entregou um prato para ele e ele se sentou ao lado de Yeosang. Me sentei na ponta da mesa, entre Hongjoong e Yunho. Os dois conversavam um assunto que, naquele momento, não me interessava.

Me encontrei perdido em meus pensamentos, pensando em tudo que aconteceu comigo nesses últimos anos e na família bagunceira que ganhei, isso fez que um sorriso escapasse de meus lábios. Tentei disfarçar torcendo para que os meninos não tivessem reparado. Eles não haviam reparado no sorriso que havia dado, estavam distraídos conversando alto. Isso me deixou um pouco feliz, saberia o que iria acontecer se eles me vissem com aquele sorriso. Iriam dizer que eu estava pensando na pessoa misteriosa. De certa forma, eu pensava. Este mistério todo estava me deixando curioso.

Sem eles perceberem, me levantei da mesa e sai da cozinha. Caminhei até o meu quarto, assim que entrei, fui atrás daquela caixa branca onde guardava as cartas com o remetente desconhecido. Com ela em minhas mãos, percebi que senti algo que nunca havia sentido antes. Como deveria ser possível? Aquela caixa estava me causando uma sensação que não sabia explicar, apenas sentia. De uma certa forma, havia me deixado inquieto.

Fiquei me perguntando quem poderia ser o responsável por aquelas cartas. Por incrível que pareça, aquelas cartas não tinha selos do correio ou nada que pudesse me dar uma dica, um rumo para que encontrasse a tal pessoa; mas parecia que eu andava em círculo e sempre parava no mesmo lugar. Bufei de raiva. Coloquei a caixa ao lado da minha cama e a fiquei encarando, desvie o meu olhar e fiquei pensativo por um tempo. Por que isso me importava tanto? Talvez seria uma brincadeira de mal gosto, de muito mal gosto.

Levantei da cama na intenção de sair do quarto e coloquei a mão na maçaneta. Girei, mas não abri a porta completamente. Olhei para a caixa por cima dos ombros. Isso não deveria ter tanta importância. Ou deveria? Desde quando recebia estas cartas, sempre me perguntava quem deveria ser e porque da pessoa que me enviava aquelas cartas se escondia atrás de um pedaço de papel. Medo? Vergonha? Será que essa pessoa achava que aquelas cartas não faria que eu demonstrasse qualquer interesse e que isso lhe deixava confortável em escrever as cartas?

Remetente Desconhecido ─ YungiDonde viven las historias. Descúbrelo ahora