[37] Primeira vez.

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Todos encararam o pequeno que, por sua vez, estava sentado no chão da sala enquanto segurava a pelúcia que Kook tinha lhe dado. Como uma bela criança birrenta, ele se recusou a se juntar aos outros, cruzou os braços e virou para o outro lado, zangado.

— Ele é um pouco fechado e não gosta de se enturmar. – A mulher lamentou, sussurrando para Park e Jungkook. — Ainda acha que a mãe vai voltar para buscá-lo, já fazem dois anos.

— Deixa que a gente cuida dele. – Park pediu com um meio sorriso, a mulher assentiu, aliviada, ainda que sem esperanças do menino mudar de ideia.

Jimin e Jungkook se separaram, enquanto Park foi falar com Yan, Kook teve que ir ajudar as outras crianças que chamavam pelo seu nome.

O mais velho sussurrou algo como "ele é meu" para as duas crianças que disputavam a atenção de Goo, este, por sua vez, soltou um riso baixinho, apenas com os dentinhos da frente.

Quando o barulho cessou e só restaram os dois na sala, Jimin achou que era a hora de tentar puxar algum assunto com o pequeno. 

— E aí, Yan. –  Cumprimentou, recebendo um olhar desconfiado. — Você não gosta de bolo?

A pergunta pareceu entrar por um ouvido e sair pelo outro, o menino continuou encarando o nada em silêncio, sem fazer menção de respondê-lo.

Sem baixar a guarda, Park se escorou na parede, esperando até que o pequeno estivesse confortável para dizer algo.

— Você gostou dessa pelúcia? 

Dessa vez, ele assentiu, ainda sem encará-lo.

— Eu gostei, tio.

Jimin sorriu por ter conseguido arrancar uma resposta do garoto, mesmo que em forma de resmungo.

— Por que você tá aqui no cantinho? Tá tudo bem? 

Sem resposta, Park se viu obrigado a fazer algo. Puxou o pequeno para seu colo, trazendo a cabeça dele para perto do seu peito.

Não houve residência, apenas surpresa. E como se só aquilo fosse necessário para que se abrisse, Yan se pôs a dizer:

— Sinto falta da mamãe. – Respondeu, tristonho. — Ela me deixou aqui porque precisa trabalhar, mas vai voltar para me buscar. Esse lugar é só uma casa de férias, tio. – Ele contou, animado, completamente diferente do garotinho de um minuto atrás. — Faz bastante tempo que estou de férias.

Park não era uma pessoa tão sensível, não mesmo. Poucas coisas conseguiam o deixar emocionado, mas ver aquela criança de seis anos com o brilho nos olhos falando sobre a mãe, achando que ela iria voltar para buscá-lo, foi forte.

— Dois anos? – Fingiu surpresa. — Isso é um montão. Você se lembra dela? 

O pequeno parou por um segundo, fez uma cara adorável tentando se recordar das memórias que tinha com a mãe.

— Ela era loira, igual você, também era bem bonita e não gostava muito de abraços, mas eu entendia. – Contou, balançando os pés. — Mamãe trabalhava muito, sempre estava cansada, por isso eu tinha que brincar sozinho.

— Mas aqui você tem bastante amigos pra brincar com você, não tem? – Perguntou, carinhoso.

— É verdade. E o tio Kook sempre me dá abraços quando vem aqui. – Acrescentou, mostrando o sorriso banguela. Jimin devolveu o sorriso. Aquela criança era adorável. — O tio Jeon sempre nos visita também, ele tem uma esposa muito linda.

Jimin quis ir perguntar para a diretora se aquela criança era mesmo fechada ou se ninguém fazia questão de dar atenção à ele. Não poderia julgar, havia muitas crianças para dar atenção, todas muito carentes, então era difícil para todas as partes.

Um Inquilino e MeioWhere stories live. Discover now