𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potter

𝐘𝟕: Blood And Bone

— Ok.

Apressamos o passo, tornando a correr. No entanto, percebi que Maddie não nos seguia. Sinalizei para que Harry e Draco parassem, então, ao mesmo tempo em que notei que os sons das passadas de Bellatrix tinham sumido. Isso me fez lutar muito para não surtar, porque não dava para saber se ela estava perto, ou longe.

Voltamos até minha irmã; puxei-a pelo braço. Não adiantou, ela continuou parada. Parecia dormir, pois seus olhos, parcialmente fechados, não se moviam. Tudo o que vi foi a esclera branca, tomada por minúsculas veias vermelhas. Draco notou também, e tentou puxá-la ao mesmo tempo que eu. Mas Maddie não saiu do lugar.

— Mads? — perguntou Harry, passando a mão na frente de seu rosto para checar se ela estava enxergando. — Maddie?

— Ela parece... Em transe — falei. Tentei me esforçar para empurrá-la, para fazê-la acordar, ou ao menos mexer-se um pouco. Não funcionou. — Maddie? Você está aí dentro? Você dormiu?

Draco aproximou-se, então. Tocou sua bochecha. Imediatamente, os olhos de minha irmã se abriram, as íris vidradas. Em seguida, ficaram vermelhas; e isso fez Draco engolir em seco.

— Maddie?

— Ela não vai ouvir vocês.

Todos nos viramos ao mesmo tempo, dando de cara com Bellatrix, que estava perigosamente perto. Um sorriso macabro pintava seu rosto, e o machado que a mulher segurava pendia em uma mão, balançando de modo ameaçador. Na outra, jazia sua varinha. Foi o momento em que pensei que eu jamais deveria tê-la devolvido a ela, mas agora era tarde.

— Passou da meia-noite, e o Lorde das Trevas cumpriu sua promessa — disse Bellatrix. — Madeline está sob seu comando, de novo.

— Não — sussurrou Draco, estalando os dedos na frente de minha irmã. Pedia que acordasse. — Mads, você precisa resistir. Por favor, não permita que ele entre.

— Own, pobre Draco — riu Bellatrix. Sua voz ecoou pela Sala Precisa, pintada em veneno. — Tão sensível que não conseguiu não se apaixonar pela própria prisioneira. Isso é tão previsível.

Draco fez cara feia, encarando-a com desgosto. Sua mão, segurando a varinha, ficou com os nós dos dedos esbranquiçados.

— Sua mãe ficou decepcionada quando descobriu de sua traição, Draco — disse Bellatrix. — Mandou que eu viesse atrás de você, me culpando por sua fuga. Claro que ensinei uma lição a ela, antes. Narcissa ficou de olho roxo e bochechas cortadas. Não ligo que é minha irmã, até porque avisei a você que suas ações teriam consequências sobre o bem-estar da sua família. Mas bem, ainda dá tempo de voltar atrás. Para onde você pertence, junto ao Lorde das Trevas.

— Não pertenço a ele — disse Draco, o que fez Bellatrix ficar surpresa. Ela não esperava que ele fosse ignorar o que fora dito sobre Narcissa Malfoy. — Minha mãe fez uma escolha quando decidiu priorizar as atrocidades em que meu pai acredita, colocando-as acima do próprio filho. Já tenho idade para escolher se vou permitir que me usem como fantoche, ou não. Então minha palavra está dada.

— Não perguntei se você queria voltar — disse Bellatrix, mudando o tom de voz para algo mais agressivo. — Você vai. O Lorde das Trevas ordenou. Além disso, tenho que levar essa caixinha que vocês têm em mãos, também, então sugiro que a entreguem.

— Não, nem pensar — disse Harry, escondendo o embrulho atrás de si.

Bellatrix olhou de meu primo para Harry, e novamente para Draco. Um fantasma de sorriso amarelo passou por sua boca.

— Lutando ao lado de Harry Potter, Draco? É sério? — perguntou, erguendo as sobrancelhas. — Não seja patético. Você não é tão ridículo assim.