𝐘𝟕: When Nightmares Come to Life

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— Não pedi que você me procurasse, e você está falando comigo. Por que isso não se aplica aos outros?

— Porque eles estavam mortos desde o princípio. Eu, não.

Sem entender nada, deixei meus ombros caírem um pouco. Nada fazia sentido naquele instante, senão a faca que retornara a mim, obediente, reconhecendo o encaixe perfeito das mãos de sua dona.

— Ok, vamos supor que você esteja certo — disse eu. — Por que essa lealdade se aplica a mim, e não a Dumbledore?

— Dumbledore está morto.

— Sim, mas ele também pôs o próprio sangue nas paredes da caverna do Lago dos Inferi.

Nesse momento, Regulus me olhou com seriedade total. Fiquei tensa, ainda lutando para acreditar no que estava acontecendo. Por mais que meus olhos estivessem vendo, ainda assim, eu duvidava; e sabia da resposta para a pergunta que eu mesma tinha feito, apesar de não querer admitir porque tinha medo de mim mesma. Medo do que eu era capaz.

— É diferente — respondeu Regulus. — Você é diferente da maioria das pessoas que te cercam, S/N. Tem Morte em suas veias. Você sequer aprendeu alguma coisa com as lições que tentei ensinar a você, enquanto estava dormindo?

— Você me dizia coisas estúpidas — argumentei.

— Se fossem estúpidas, eu não teria acertado a respeito da espada de Gryffindor, que estava no fundo de um lago — disse ele. — Te dei pistas o tempo todo, de todos os tipos. Tentei dizer a você, indiretamente, que a Morte estava chegando. Que eu estava te seguindo, que eu estava vivo, e que era leal a você — quando não respondi, ele acrescentou: — Nada do que aconteceu foi um sonho irreal. Ocorria na sua cabeça, sim, mas isso nem sempre significa muita coisa.

Espantei-me.

"A Morte se aproxima, Mckinnon Black" — murmurei. — Esse tempo todo, essa frase referia-se a você?!

Regulus pareceu confuso.

— Não sei do que está falando.

— Da Morte — expliquei. — Tenho sonhado com ela constantemente. Às vezes vejo um vulto encapuzado me seguindo, e agora penso que poderia ter sido você que apareceu para mim quando invadi o Gringotes, há menos de vinte e quatro horas.

— Eu era criança quando pisei lá pela última vez — disse Regulus, cauteloso. — Mas seja lá o que esteja acontecendo na sua vida agora, é verdade. E sei que você sabe, porque não é burra. Só não quer admitir porque não quer que o Juízo Final chegue. Não quer pagar a conta.

Era verdade, mas eu me recusava a concordar. Sofrer por antecipação já era ruim o bastante; eu não precisava que ele ficasse lembrando.

— Como você sabia que nos veríamos em breve?

— Como assim?

— Você me disse isso, durante o sono.

Ele deu de ombros.

— As coisas que perdemos sempre acabam retornando a nós, de algum modo. Mesmo que nem sempre como esperamos — disse. — Aprendi isso com uma amiga.

— Bem, que seja. Meus sonhos foram reais, se você diz. Tenho que acreditar, não é?

— Tão reais quanto eu sou agora — ele concordou.

— E o que "real" verdadeiramente significa? Para você, pelo menos?

— Acho que vamos descobrir na guerra.

Ergui as sobrancelhas.

— Onde você vai ficar?

— Eu? Vou ficar escondido nas sombras de meu capuz, obviamente.

𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potterWhere stories live. Discover now