-Capitulo 2-

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Roier nunca acreditou nessa coisa de amor à primeira vista, claro que já tinha se apaixonado antes mas não acabou de forma muito boa, por isso não tinha muitas esperanças no amor, não acreditava nesses contos de amor verdadeiro ou felizes para sempre, mas naquele momento esqueceria completamente suas crenças sobre o amor. Sua visão apreciava a mais bela arte em forma de carne e osso, talvez fosse errado se sentir atraído por um prisioneiro que se debatia nos braços dos guardas, mas ainda assim não conseguia parar de olhar.

Era simplesmente fantástico, seu cabelo loiro escuro que batia no ombro, com aquela mecha platinada grudada em sua testa por conta do suor que escorria por quase todo seu corpo cheio de cicatrizes. E que corpo, alto, forte, ombros largos e peitoral estufado de orgulho, com algumas partes cobertas com ataduras indicando machucados.

Sua barba por fazer o deixava com um ar de mistério, seus lábios deixavam escapar pequenas presas que mordiam a carne da sua boca para descontar a dor que sentia.

Mas o que te prendeu foi o olhar, aquele olhar profundo e penetrante com uma coloração tão clara de azul que jurava que via o céu naqueles olhos, o estranho é que eles os encarava de volta deixando bem claro que estava o vendo, e por um instante o tempo parou, naquela troca de olhares como se estivessem se apresentando um para o outro. A diferença entre eles naquele momento era as feições, Roier tinha uma face fascinada, como se estivesse vendo uma obra-prima, mas já o outro homem, tinha sua face preenchida de ódio e dor. Mas Roier jurava que viu, mesmo por um instante, os olhos do prisioneiro brilhar assim que encontrou os seus, um brilho de esperança? Curiosidade? Paixão?

Não o interessava, não queria criar esperança de ter visto algo, não por agora.

-Solte ele!- Roier finalmente sai de seu esconderijo dando uma ordem aos soldados.

-Vossa majestade o que o senhor tá fazendo aqui??- Um dos guardas pergunta preocupado.

-Façam o que eu mando, parem de bater neste homem!

-Mas vossa senh–

-Não me desafio soldado! Me obedeça!- Roier se impor firme.

-Sim vossa majestade- Os guardas fazem o que foi ordenado o soltando, porém o prisioneiro ainda se encontrava preso em algemas que alcançavam o chão, o impedindo de se mover muito para longe, mas dando a ele muito mais mobilidade do que antes.

-Vossa majestade em?- O prisioneiro finalmente se pronuncia, com uma voz rouca e baixa, tendo sua cabeça baixa encarando as bases das algemas enfincadas no chão.- Sinto lhe dizer que permitir que os guardas me largassem não foi uma boa ideia- Diz levantando a cabeça e o encarando com um olhar sádico.

-Diga-me quem tu és!- Roier estranhamente não sente medo daquele olhar, não sabia dizer o porquê, só sentia que aquele homem não lhe causava nenhuma ameaça.

-Cellbit- Fala rápido e seco.

-O que faz aqui? Por que você é tão urgente?- O moreno faz perguntas que queria muito saber, mas já que o rei não iria responder, teria que perguntar diretamente ao X da questão.

-Sou um assassino, provavelmente estava sendo caçado por ter matado um membro real- Não se contém ao falar, diz tudo, toda a verdade pura e crua, e observa a reação do homem à sua frente.

-Senhor Príncipe, este homem é um assassino procurado por vários homicídios, conhecido por ser impiedoso, está aqui pela morte de um parente distante do senhor, o rei ordenou para caça-lo e trazer aqui para julgar sua sentença. Então por favor tome cuidado ao se dirigir a ele- Um dos guardas, preocupados com a situação, tenta avisar Roier sobre Cellbit.

Meu Rei, Meu amanteWhere stories live. Discover now