𝟕𝟎 | 𝐌𝐎𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎𝐒

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— Impossível.

— 'Tô te falando — me gabo.

— Não cai nas ideias do seu genro, pai — Luanna diz e eu abro um sorrisão por ela me intitular como genro tão naturalmente. — Luna não vomita nele porque Gabriel se livrou da tarefa de amamentá-los.

— Eu troco as fraldas e dou banho, Luanna alimenta e assim a gente vive.

— O dindo agora que 'tá sendo obrigado a fazer tudo isso também — avisa Ryan se aproximando de Luanna só para pegar Ravi de seus braços. Estou vendo que hoje é o dia de rouba rouba. — Não é, Ravizinho? Você é um príncipe. Esse aqui mal faz cocô.

— Perto de você — digo. Porque comigo esse moleque até verde caga.

— Que tal a gente entrar — Dona Rita sugere. — Eu preparei um cafézinho. E já deixei o quarto de vocês prontos. Ryan, você vai dormi com o Lucas, 'tá bom?

— De boa, tia. Cadê o pivete?

— Lá dentro.

Ryan acena e entra com meu filho nos braços pra falar com o pirralho da família.

— Comprei um bercinho pros bebês ficarem confortáveis também — não deixa de informar Dona Rita, atraindo minha atenção.

— Ah, mãe, a senhora sabe que não precisava.

— Que isso, minha filha, fiz de coração. Afinal, minha casa é a casa de vocês. Devem ficar à vontade.

— É, ainda não me acostumei com o Gabigol em pessoa na minha casa, mas, né? — Seu Zezo encolhe os ombros, sem poder de escolha

Ele começa a andar pra dentro de casa e eu o sigo. Mas Luanna diz alguma coisa pra sua mãe e as duas ficam pra trás pra conversarem.

Me sinto meio perdido de estar com os braços vazios, sem nenhum dos meus filhos para aquecer meu peito. Por isso, para neutralizar a sensação, cruzo os braços.

Que tipo de pessoa eu me tornei? Ao ponto de ficar triste porque não estou segurando um bebê.

Chego na sala e me deparo com uma cena bem engraçada de Ryan entregando Ravi para Lucas que está com uma careta de desconforto e medo.

— Ai, caraca, eu não sei segurar, não — Lucas tentar agarrar o bebê e segura Ravi todo torto.

— Pra fazer coisa errada presta, né? — Ryan zomba e Lucas está tão concentrado em não derrubar meu filho que nem dá atenção à seu amigo. — Agora pra segurar os sobrinhos, brota uma dificuldade que eu vou te falar, hein.

— Cala boca, Ryan — ele protesta irritado, mas a voz está carregada de desespero.

Com dó e rindo pra caralho, me aproximo e roubo meu filho de seus braços antes que o tio idiota aí acabe o machucando. Ainda bem que ele tentou segurar o Ravi e não a Luna, se fosse minha filha, o choro era garantido.

— Desculpa aí — o mais novo tenta se redimir pegando na mãozinha de Ravi e interagindo com o bebê. — Eu vou ter bastante tempo pra me acostumar com vocês, não vou?

— Se continuar se borrando desse jeito — Ryan rapidamente volta a debochar do moleque. E eu amo quando os dois se atacam. — Melhor ficar bem longe dos meus afilhados.

— Se liga, ô, imbecil. Eles têm seu sangue, esqueceu?

— Querido, se tivessem meu sangue, essas crianças iam nascer rebolando a bunda. Agradeçam por não ter. — Caio na risada com o que Ryan diz enquanto Lucas continua sério. — Infelizmente, têm o sangue desse pivete idiota aí que além de ser palmeirense, ainda se mete em coisa errada.

HOTEL CARO ━ gabigolWhere stories live. Discover now