𝙲𝙰𝙿Í𝚃𝚄𝙻𝙾:54

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[...]

Abri os olhos e o Jonathan estava dormindo na poltrona. Soltei um gemido de dor por causa de um incômodo no corpo e o Jonathan acordou. Ele passou a mão no rosto e piscou algumas vezes para despertar. Depois ele foi até o banheiro e voltou alguns minutos depois, ficando do meu lado.

Descansou bem? - Ele pergunta.

Sim - Digo.

Ouvi você resmungando durante a madrugada - Ele diz.

Estou bem, não se preocupe - Forço um sorriso.

Chamei o Jonathan para perto e ele se aproximou de mim, eu peguei na sua nuca e iniciei um beijo com ele. Ele parou o beijo e me olhou confuso.

O que foi? - Pergunto.

Eu que pergunto - Ele diz.

Eu só estou de bem com a vida, principalmente pelo que você me disse - Digo.

O que eu te disse? - Questiona.

Sobre o exame - Digo e rio levemente.

Que exame? - Ele pergunta.

Espera, então você não me acordou essa madrugada? - Pergunto.

Não, eu te observei durante a madrugada mas não te acordei em momento nenhum - Ele diz.

Puta que pariu, eu não acredito - Digo me lamentando ao perceber que aquele diálogo não havia acontecido.

O que foi? - Ele pergunta.

Eu não sei, acho que foi um sonho ou um delírio - Passo a mão pelo rosto.

Sobre o que? - Ele questiona.

Nada, Jony. Deixa pra lá - Digo virando a cabeça para o lado oposto da onde ele estava.

Comecei a chorar silenciosamente e as lágrimas foram escorrendo pelo meu rosto. Jonathan provavelmente percebeu e veio para o outro lado da cama.

Por que você está chorando? - Ele pergunta preocupado.

Por que que as coisas não poderiam ser mais fáceis? - Questiono limpando as lágrimas.

Eu não sei - Ele diz.

Jonathan, faz um exame de DNA, por favor - Peço.

Você duvida que esse filho seja meu? - Ele pergunta.

Não quero acusar ninguém - Digo.

Eu não posso fazer isso, amor - Ele diz.

Por que não? - Pergunto resmungando.

Ela não pode fazer esse tipo de exame no momento, são muitos riscos - Ele diz.

E então? - Pergunto.

Preciso esperar o bebê nascer - Ele diz.

Vai ser tarde, Jony - Digo.

Tarde pra que? - Ele pergunta.

Para nós dois - Digo.

Exatamente por isso nós poderíamos estar juntos e passando por isso juntos - Ele diz.

Eu não quero isso pra mim - Digo.

Você vai mesmo manter a decisão de me deixar sozinho no momento que eu mais preciso de você? - Ele pergunta.

Você não pensou em mim quando fez esse filho com ela - Digo virando o rosto pro outro lado.

Inacreditável - Ele diz e eu ouço uma risada debochada.

Quando você vai crescer? - Ele questiona.

Eu não preciso crescer, só não sou obrigada a ficar com alguém que omitiu de mim a informação mais importante que alguém pode ter na vida - Digo me virando novamente.

Você tá preso, Jonathan. Você entende o que é isso? Você está amarrado naquela mulher e naquele bebê pro resto da sua vida - Digo.

Eu não tenho nenhuma relação com ela, ela só carrega o cargo de mãe do meu filho - Ele diz.

Isabela, se você for ficar jogando toda hora o meu erro na minha cara, eu não vou ficar correndo atrás - Ele diz.

Eu te amo muito, mas se pedir pra eu escolher entre você e o meu filho, você sabe muito bem qual será a resposta - Ele diz e eu o olho meio surpresa, nunca imaginei que escutaria isso dele.

Eu sou louco por você, você é a mulher que eu vou amar pro resto da minha vida e eu entendo o motivo de estar chateada. Eu não quero te obrigar a nada, mas se você me amasse mesmo, me daria apoio e não ficaria jogando essas verdades na minha cara só pra me fazer sentir culpado - Ele diz.

Como você ousa duvidar do meu amor? - Me sento na cama irritada.

Eu te esperei por sete anos da minha vida, eu aceitei perder o emprego da minha vida só pra continuar em um relacionamento com você, agora se coloca no meu lugar. E se eu estivesse grávida de outro homem e não te contasse? E se eu me envolvesse novamente com você estando grávida de outra pessoa? - Pergunto.

Eu ficaria chateado e irritado, como você. Mas eu toparia tudo para continuar do lado da pessoa que eu amo - Ele diz.

Eu te apoiaria, te ajudaria com o que fosse necessário e ajudaria a cuidar desse bebê - Ele diz.

Você diz isso porque não é você - Digo.

Você sabe que isso não é verdade - Ele diz.

[...]

Eu não quero que você pense que eu tenho alguma coisa contra essa criança, ela é a menos culpada nessa situação - Digo.

Eu sei disso, Isabela - Ele diz.

Eu sei que a sua chateação é comigo - Ele diz.

Realmente. Eu não quero pensar sobre isso agora, Jonathan. Vai seguindo a sua vida e qualquer coisa a gente conversa - Digo.

Como quiser - Ele diz bufando.

Posso te pedir um favor? - Ele pergunta.

Pode - Digo receosa.

Não conta pra ninguém sobre isso, se perguntarem o motivo do nosso término, inventa alguma coisa - Ele diz.

Você não quer que ninguém saiba? Você vai ser pai, cara - Pergunto.

Não, eu prefiro manter segredo. Só os mais próximos sabem o que está acontecendo - Ele diz.

Como quiser - Digo.

O médico entrou no quarto com uma enfermeira e ele estava com vários papéis nas mãos.

Já posso ir? - Pergunto.

Pode sim. Preciso te dar algumas recomendações e uma receita com algumas vitaminas - Ele diz.

Está bem, doutor - Digo.

A enfermeira vai tirar todos os acessos, eu preciso da assinatura do acompanhante aqui - Ele diz dando a prancheta para o Jonathan.

A enfermeira veio até mim e começou a remover todas as agulhas. Após remover a última agulha, que era a do soro, senti uma tontura muito forte. Sabia que aconteceria isso mas a sensação é horrível.

Jonathan pegou um saco com algumas peças de roupas minhas e entregou para mim. Eu o peguei e tirei a manta de cima do meu corpo para ir me trocar.

Eu já vou indo - O médico diz.

Obrigada - Digo.

Imagina. Bastante repouso e bom descanso para vocês dois - Ele diz.

Vocês dois? - Pergunto.

𝙴𝚇 𝙰𝙼𝙾𝚁  |  J᥆ᥒᥲthᥲᥒ CᥲᥣᥣᥱrιWhere stories live. Discover now