𝐘𝟕: The Plan

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— A respeito de minha irmã? Ou da Horcrux?

— A respeito de tudo — falou Harry, convicto. — Embora eu tenha a sensação de que Ron vai odiar a ideia de nos passarmos por Comensais da Morte para invadir o Gringotes. É isso o que precisamos fazer, não é?

— Acho que sim — confirmei. — Aproveite e fale com o Olivaras, tudo bem? Precisamos nos certificar de que as varinhas que temos estão em perfeitas condições. Principalmente as que roubamos.

— Nem acredito que você conseguiu meter a mão no bolso de Bellatrix e furtá-la — disse Harry, impressionado. — Tudo isso durante as coisas horrorosas que ela fez com você.

— Foi fácil, honestamente — admiti. — Ela estava tão concentrada em me fazer gritar de dor que nem notou quando peguei sua varinha, escondendo-a em minhas roupas. Não significa grande coisa, mas foi o primeiro passo da vingança que planejo para ela. Porque acredite, farei Bellatrix pagar por cada instante de agonia, por cada gota de sangue derramado, por cada lágrima. Ela vai apodrecer nas profundezas do inferno.

A resposta de Harry foi dar um sorrisinho. Notando isso, perguntei:

— Que foi?

— Senti saudades dessa sua personalidade assassina — disse ele, sincero. — Te torna ainda mais atraente, se é que isso é possível.

Dei uma risada que ficou perdida no ar.

— Obrigada. Vou levar como um elogio.

— Foi um elogio, meu amor — com isso, Harry deu um beijo no canto da minha boca, segurando meu queixo. Quando se afastou, levantou-se da cama. — Vou falar com Grampo, depois com Olivaras. Com Gui também, ele trabalha no Gringotes e pode nos passar informações úteis.

— Certo, mas tome cuidado. Não deixe meu pai ouvir a conversa de vocês, você sabe que ele vai tentar nos convencer a mudar de ideia.

Harry assentiu. Quando ele saiu, voltei a ler minha revista, esticando as pernas na cama.

Remus voltara para a casa de minha mãe sem meu pai porque tinha assuntos a tratar. Além disso, ela e Dorcas não poderiam receber papai enquanto o deslocamento dele não fosse seguro — ou seja, enquanto a guerra não acabasse, o que poderia acontecer em dias, meses, anos. Não dava para ter certeza, mas torcíamos pelo melhor.

Os minutos foram passando, e Harry não voltava. Concluí que a conversa dele com Grampo e com Olivaras demoraria mais do que eu prevera, e decidi tomar um banho para depois descer as escadas do Chalé das Conchas em busca de uma xícara de chá, na cozinha. Eu estava começando a ficar com dor de cabeça, então uma bebida quente viria à calhar.

Depois do banho, coloquei roupas confortáveis, incluindo um casaco, porque eu estava com frio, e desci para a cozinha usando as pantufas que Fleur emprestara. Eram peludas, aqueciam meus pés. Chegando lá, enchi a chaleira com água e a pus no forno. Esperei que fervesse, peguei uma caneca no armário de louças. E quase deixei tudo cair no chão quando me virei, dando de cara com meu pai.

— Nossa, você me assustou — falei, fechando os olhos por um breve momento.

Sirius riu.

— Desculpe — disse.

Balancei a cabeça.

— Tudo bem. Você também quer chá? Tem de hortelã, camomila...

— Hortelã.

— Ok.

Peguei outra caneca para ele e preparei o chá de hortelã. Senti seus olhos me observando, mas não falei nada. Não sabia o quê. Somente quando estava tudo pronto que voltei-me para encará-lo.

𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potterOnde histórias criam vida. Descubra agora