4-Maki e família

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A música era alta e a multidão abafava tudo. O suor pingava do meu cabelo para minha testa. Por alguns minutos eu havia esquecido, mas voltei a perceber, os olhares de muitas pessoas estavam concentrados em mim e Maki, que sorria mais a cada batida da música.

De longe sinto outro olhar fixo em cada movimento de meu corpo. Yuuji parecia hipinotizado ao me encarar, não piscava, provavelmente faria alguma piadinha depois.

Vejo Maki fechar o sorriso, parar de dançar e seguir caminho. Penso em segui-la, mas ao ouvir a batida diminuir, indicando a mudança de música, também sinto uma mão envolver minha cintura.

—Calma, eu só quero saber se aceita dançar comigo?

Yuuji fala calmamente em meu ouvido, ato que me arrepia por inteiro. Marry you tocava e todos dançavam, inclusive eu e Yuuji.

Antes de Maki voltar à pista, com Nobara a puxando pelo braço, vejo-a conversando com a irmã, Mai, que ao sair da festa me lança um sorrisinho o qual ignoro.

Yuuji chega mais perto, a boca quase colada em meu ouvido.

—Quem era aquela com Maki?

—A irmã dela—respondo—, por que? Tem que manter Nobara informada?

Sorri sarcastico.

"Who cares, babe? I think I wanna marry you"

—♩♪♫♬—

Eu e Maki acabamos de chegar em casa, e eu preferia que Panda fizesse uma festa que acabasse apenas pela manhã...de daqui a uma semana. Acredite, isso é melhor do que aturar outra discussão entre meu pai e Naobito.

Naobito é um dos chefes da família Zenn'in, e um dos responsáveis pelas duas escolas irmãs de Tokyo e Kyoto, e, aparentemente, alguns alunos terceiranistas estavam fazendo merda e Mai sugeriu a ajuda de Toji, a qual Naobito só aceitou após muita insistência.

—Ryomen Sukuna, Mahito, Jogou, Kenjaku e Hanami estão quase explodindo aquela escola.

Toji se desencostou do balcão.

—Não é problema meu. Caso tenha se esquecido Zenn'in não é mais meu sobrenome.

Naobito havia expulsado Toji da família a muito tempo, mas sempre que a coisa aperta é a ele que Naobito recorre.

Eu estava até que ouvindo tudo calado, mas canso, e sem ninguém notar saio de casa, indo para o mesmo bando, da mesma praça, que fui quando briguei com Satoru. E falando nele, eu até poderia o ligar para comentar sobre, mas ele saiu com o marido, Geto, e eu não sou do tipo empata foda.

Eu passo um tempo ouvindo música, com os olhos fechados, voando nas letras e melodias, até uma vozinha familiar me chamar.

—Posso sentar?

Nobara pergunta e eu abro espaço para a mesma sentar. Tiro e guardo meus fones, prestando atenção em qualquer coisa que ela queira falar, mas por um longo tempo ela fica em silêncio, então a encaro, seus olhos estavam vermelhos, como se tivesse chorado por horas. Ela não estava toda arrumada como sempre costumava, em vez disso seu cabelo solto estava bagunçado e usava um moletom velho e shorts jeans surrados, ainda assim, Nobara não perde o estilo. Não aguentando mais o silêncio sofrego de Nobara, eu pergunto o que aconteceu.

Nobara encosta a cabeça em meu ombro lágrimas molhando o tecido da minha camisa.

—Eu briguei com a Saori, Maki não me responde desde a festa de Panda. Eu não sei se fiz algo.

Eu passo um braço por volta de seus ombros e acaricio seu cabelo.

—Eu não sei dizer sobre Saori, mas com Maki você não fez nada—falo. Ela levanta a cabeça um pouco, me olhando com os olhinhos brilhando—, Mai, a irmã dela, apareceu por lá, elas vivem brigando, a casa está um caos, meu pai brigando com o tio, Mai e Maki quase se matando...apenas relaxe, Kugisaki, você não fez nada de errado, nunca faz.

Ela funga e volta a recostar a cabeça sobre meu ombro.

—Obrigada, Magumi. Queria que Yuuji tivesse alguém que pudesse o ajudar assim também.

—Yuuji o que?

—Esquece, se contar isso pra alguém eu vou te bater muito!

É, agora sim a Nobara de sempre.

De conflitos à confortosWhere stories live. Discover now