𝟔𝟕 | 𝐄𝐌 𝐂𝐀𝐒𝐀

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Nunca pensei que o elogiaria usando essa camisa, mas tenho que ser sincera, que homem viu, senhoras? Que homem.

Enquanto eu. Bom, ainda estou no processo de melhorar a autoestima. Mas como não tive muito tempo para cuidar de mim porque eu vinha pro hospital o tempo todo visitar os bebês. Estou horrível hoje assim como ontem e assim como estarei amanhã, provavelmente.

Estou usando um vestido, mesmo nesse frio do caralho, porque é a única coisa que serve em mim. Minhas calças de gestante ficam largas demais e as outras de não grávidas não sobem nas minhas coxas. Nem precisei provar os shorts para saber que estavam no mesmo nível.

Então optei pela escolha mais sábia. Um vestido. Que vai até o pé. É, eu sei. Bem brega. Mas estou com frio. E precisava me agasalhar de alguma forma, proteger as pernas. E esse vestido não é tão feio assim. Ele é de alcinha, o que me obrigou a usar uma jaqueta jeans que combina perfeitamente com o tom preto do vestido.

Coloquei o meu Air Force que graças a Deus serviu nos meus pés. E estou aqui.

Me sentindo feia? Sim. Mas me sentindo mãe e uma mãe realizada pois levarei meus bebês para conhecer minha casa. Então não é momento para pensar em coisas ruins ou na minha aparência deplorável. Cuido disso depois.

— Eu também 'tô nervosa — informo no momento que as portas do elevador se abrem. — Ansiosa. Agitada. Você viu que eu nem comi o café da manhã direito? Isso diz muito sobre o que sinto agora.

— Eu vi — ele me olha com cara feia. — Já vai começar a pular refeições, Luanna?

— Eu estava ansiosa — digo com manha, agarrando seu braço só para ficar pertinho dele. Ultimamente ando demonstrando carinho demais e não só com o Gabriel. O Mike sofre toda vez que eu chego em casa. E agora quem vai sofrer com beijos e abraços serão Ravi e Luna. — Me dá esse desconto.

— Só vou dar porque — ele olha para mim sorrindo e me surpreende ao me dar um beijo na boca — porque eu te amo.

— Me ama, é? — Me apoio em seus ombros e o mantenho perto de mim de forma que suas mãos estejam em minha cintura ou o que deveria ser minha cintura já que meu corpo não é mais o mesmo. — Não é porque eu realizei seu sonho de ser pai, né?

— Eu que realizei seu sonho, preta — ele brinca, me acariciando. — Sei que era louca para ter filhos e mais filhos com o craque do Flamengo. Estava estampando na sua cara no dia que te conheci.

— Ah, sim. Claro que sim — debocho entrando na onda e as portas se abrem, o que nos obriga a nos afastar. — Mas posso falar, esse é o sonho mais perfeito que eu poderia estar vivendo. Mesmo que eu não tenha planejado.

— Eu planejei por nós dois.

— Hum... gosta de fingir, é isso?

— Que nada. Eu te stalkeava, 'tá ligada? Que nem aquele cara de You. Ficava te observando, e calculei esse destino para nós. Tive alguns contratempos no meio do caminho, mas consegui o que eu queria.

Dou uma risada sincera dessa palhaçada que sai de sua boca. Por causa de mim, Gabriel virou o maluco das séries e agora assiste um monte só para me fazer companhia. E não é que ele amou? Tenho bom gosto.

— Então eu devia ter medo de você, seu psicopata!

O empurro de leve pra longe de mim enquanto caminhamos aos risos.

— Claro que não. Eu não sou o único maluco da relação, não. — Ele cutuca a minha barriga.

— Ah não? Então eu sou quem? A Love?

HOTEL CARO ━ gabigolWhere stories live. Discover now