𝟔𝟔 | 𝐄𝐒𝐂𝐎𝐋𝐇𝐀𝐒

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— Ah, sim — ela seca as lágrimas e solta a mãozinha de minha filha para poder se recompor. — Tudo bem. Eu só fiquei emocionada. Eles são tão lindos.

Me aproximo dela.

— 'Tá tudo bem? — Questiono mais uma vez, pois a resposta dela não saiu nada verdadeira e eu a conheço bem o suficiente para saber que tem algo errado.

— Sim — ela mente de novo e reparo nisso quando faz questão de não me olhar nos olhos. — Ravi nem acordou para conhecer a tia. Eu acho isso um absurdo.

— Ele é dorminhoco mesmo. — Sorrio, me perdendo no raciocínio ao encarar meus bebês. Luna bem inquieta como sempre, resmungando e mexendo os bracinhos enquanto Ravi se mantém quietinho, dormindo feito pedra. Forço minha mente a voltar a realidade onde minha cunhada está claramente passando por algo difícil. — Dhio, vamos...

— Menina Lua — Dona Maria me interrompe, vindo até a gente com duas mamadeiras preparadas. — Subiu sozinha, foi? Cadê o maridão?

— Ele teve que ficar lá embaixo para resolver uns problemas.

— Ah, sim — Maria assente, compreendendo bem os problemas aos quais me refiro. — Bom, então teremos que usar a titia para dar o mama de um dos bebês.

— Eu? — Dhiovanna entra em choque. — Mas... mas eu nem sei fazer isso.

— Relaxa, menina. Vem — Dona Maria conduz Dhiovanna até a cadeira mais próxima. — Sente-se e segure esse mama aqui pra mim.

— Eu não vou saber fazer isso. É... — Dhio olha para mim, suplicando por uma ajuda. — Luanna, fala para ela que eu não sei nada sobre bebês. Nunca cuidei de uma criança na vida. Sou irmã mais nova e caçula. Meus primos pequenos não cresceram comigo. Eu nunca troquei uma fralda.

— Relaxa, menina. Você só vai dar de mama. É simples — Dona Maria mantém a voz doce e gentil, mas a cara de desespero da Dhiovanna está impagável e lá estou eu sendo uma ótima ajuda em rir dessa situação. — Você só precisa ter cuidado na hora de segurar, mas pode usar seu colo para apoiar o corpinho do bebê. Eu tenho uma almofadinha aqui, 'pera aí.

Dona Maria some de repente e volta correndo com uma almofada que ela não demora para prender na cintura de Dhiovanna, bem abaixo do peito onde o bebê deverá ficar.

— Pronto.

— Não sei se isso vai dar certo.

— Confia na Dona Maria — digo, sorrindo e parando de rir que nem uma maluca para parecer uma mãe. — Acho melhor ela alimentar o Ravi.

— Ele é mais calmo mesmo. — Dona Maria concorda, indo em direção ao bercinho do menino. — Não vai dar tanto trabalho.

— Por que? Dá tanto trabalho assim alimentar um bebê? — Dhiovanna está tão apavorada que eu posso imaginar que aquilo em sua testa seja suor.

— Relaxa.

Dona Maria coloca Ravi na almofada e o aconchega ali enquanto Dhiovanna aprende o jeito certo de segurar meu filho. Ravi, sendo uma boa ajuda para sua tia, nem se mexe com todas aquelas mãos o tocando e o remexendo.

— Pronto — Dona Maria diz quando Ravi está muito bem posicionado. — Agora só colocar a mamadeira na boca dele, com calma e sem deixar o leite cair agora. Deixe ele se acostumar com o bico primeiro, depois pode erguê-la para que ele possa mamar.

— 'Tá — Dhio concorda e faz o que lhe pedem. Ela esfrega o bico na boca de Ravi, mas o menino não reage por nada. — Ele não acorda, não?

— Cutuca a bochecha dele.

HOTEL CARO ━ gabigolWhere stories live. Discover now