15- Que o inferno comece

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Tinha traumas não resolvidos, uma raiva de si mesmo acumulada. Tentou resolver tirando a própria vida uma vez, ninguém sabia disso. Hoseok sempre soube que alguma hora o irmão descontaria toda sua raiva em algo com as próprias mãos e isso, traria problemas.

-Maninho... - Jungkook não o olhou, apenas segurava o volante com força, sempre olhando para frente. - Não foi sua culpa, você fez algo bom.

-Eu fui longe demais? - Foi com certeza o tom de voz mais grave que o mais novo já ouviu.

-Ele não vai guardar raiva de você. A mãe dele vai ficar bem e ele vai se sentir agradecido, eu tenho certeza.

Jungkook não responde, apenas termina o trajeto até sua casa em silêncio, o que não demora muito. A chuva forte já caia quando ambos adentram o apartamento. Aquilo o deixava mal. Olhar o piano, a sacada, o quarto e até a própria cama.

Com certeza o loiro tinha o poder de acalmar qualquer demônio dentro de si. Não admitiria, mas estava se apaixonando. A primeira pessoa que amou em sua vida sem ser sua família.

Hoseok apenas olhava as ações do irmão em silêncio. Só iria embora quando tivesse certeza de que ele estava bem. O mais alto apenas foi até o quarto e pegou a foto da mãe falecida. Seus olhos percorriam por toda a fotografia.

Se senta no chão, ao lado da cama, acariciando a foto com os dedos levemente. Ele não podia chorar, não poderia.

Cresceu aprendendo a ser uma pessoa forte, não poderia se deixar fraquejar e mostrar os próprios sentimentos. Mas aquilo era tão difícil.

-Me desculpa mãe. - Diz antes de não conseguir mais controlar as lágrimas fortes que desciam por todo seu rosto.

Bate a cabeça com força na parede antes das lágrimas aumentarem e se tornarem um choro incontrolável. Hoseok não poderia interferir, o irmão nunca chorou. Ele precisava disso, como nunca precisou de algo antes.

Foi um dia longo... Muito, muito longo.

Já era noite quando Jungkook se levanta do chão frio. Jimin por sua vez não havia se levantado da cadeira de espera desde o horário do almoço. Havia comido por obrigação um sanduiche natural, se não Taehyung o mataria.

O loiro parecia mais calmo, apenas olhava o amigo que andava em círculos pelo corredor pequeno, aparentemente cansado, os dois estavam. Parecia olhar o celular de uma forma nervosa.

-Ele tá bem? - Jimin diz baixo vendo Taehyung digitar desesperadamente.

-O que? - Leva seus olhos para o loiro que o olhava.

-Jeon. Ele tá bem?

-Ah está sim. - Responde forçando um sorriso, se sentando ao lado do amigo que não desviava os olhos de si.

-Tae, não mente para mim...

O homem de sorriso quadrado suspira escutando o som de notificação, era Hoseok.

-Bom, agora ele está. Hoseok o forçou a comer.

-Forçou?

-Ele teve uma crise, Jung teve que fazer um curativo na cabeça dele, bateu com força na parede - Diz vendo Jimin abaixar a cabeça. - Ele tá bem mochi, fica tranquilo, as vezes tentamos ser fortes demais e chega uma hora que desabamos.

-Eu sou horrível.

-Nunca diga isso.

-É sério. Você não sabe como eu estava agradecido. O sentimento de que eu teria minha mãe para mim de novo, foi muito bom...

-Porque não disse nada então?

-Eu não tô sabendo lidar Tae...

-Com o que?

Aceita uma bebida? | jikookDonde viven las historias. Descúbrelo ahora