1. PROLOGUE

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| MATAR É FÁCIL, CAUSAR SOFRIMENTO É UMA ARTE

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| MATAR É FÁCIL, CAUSAR SOFRIMENTO É UMA ARTE. |

O clarão dos raios atravessando os vitrais da pequena igreja destacavam a silhueta feminina que avançava entre as sombras.

A poucos metros de distância outra figura também se destacava, o padre daquele lugar se arrastava pelo chão em busca do altar. Desespero latente na face parcialmente iluminada pela tempestade.

Seu raciocínio fora que se enrolasse por tempo suficiente alguém surgiria para salva-lo. Alguém mais capaz de lidar com o predador que se aproximava.

- Eu tenho dinheiro! - A afirmação enérgica do homem de meia idade sequer fez com que a mulher piscasse. - Muito dinheiro, dou tudo a você se me deixar ir.

A lâmina entre os dedos da viúva dançou com habilidade, a sensação conhecida segundos antes do ataque causando formigamento na ponta dos dedos, um sinal claro de antecipação do próprio corpo.

Seu lar a ensinara o quão simples era o ato de tomar uma vida, qualquer um poderia fazê-lo. Sofrimento por outro lado, injetar terror no coração e ver o olhar do alvo quando percebiam que a própria  existência valia menos do que um grão de areia, isso sim era arte.

Psicologia, anatomia e teatro combinados em uma trindade macabra. Uma dança circular onde todo início era o fim, sendo ela uma exímia bailarina.

Arturo Villar era um padre que no início da carreira usou os segredos e a comunidade da qual fazia parte para se proteger. Sua sobrevivência não era uma ameaça, porém a ideia estúpida de tentar chantagear certas pessoas por lucro o tornará um alvo.

O mestre por trás da Sala Vermelha então  teve de enviar seu bichinho de estimação favorito para aparar as pontas soltas.

A missão em especial não pedia pelo seu traje, nem armas elaboradas que servissem para rastrear sua origem. Não, tudo que a jovem viúva utilizou foi um vestido de verão, azul como o céu, de alças finas e cumprimento imaginativo.

O suficiente para ter a porta aberta no meio da noite sem que a desconfiança recaísse sobre ela. Sendo que por mais surpreendente que o fato fosse para alguns, costumava ser fácil assim com homens, não importava se o uniforme que vestiam era militar ou religioso. 

Padre Arturo tentou jogar algo na direção dela, um terço ela poderia supor com estranheza. Patético.

- Está entendendo o que eu digo? - O padre parecia confuso com todo o silêncio, arrastando o próprio corpo pelas escadas que levavam ao altar. - Fala espanhol? Inglês? Porra eu nem sei seu nome.

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⏰ Last updated: May 04 ⏰

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ZaniniWhere stories live. Discover now