INDOMÁVEL ✧ HOUSE OF THE DRAGON ³

❦ 18 : ❛Língua do Diabo❜

Assim como a Princesa Serpente, o Lírio Esverdeado de Oldtown carregava admiradores, por vezes, comparações sutis sendo feitas pelas duas, símbolos da beleza da juventude — distantes dos traços valirianos eram consideradas estandartes de beleza real —, detentora de delicadeza e simpatia, Elysabeth capturava todos para si mas, não era essa a razão de inimizade das duas belas damas.

As duas faces de Elysabeth brincavam com Daenerys. A priori, agiu como uma amiga, oferecendo uma amizade sincera, uma armadilha ardilosa, em que comentários sutis — sobre sua aparência — serpenteavam, incitando a insegurança da princesa ao ver-se sobre o reflexo, cada vez mais, até a Velaryon notar suas intenções, caindo em um abismo quando enfrentou-a sobre as alegações em que o cinismo vencia. As falas maldosas, atitudes vis, as críticas sobre cada mísera ação, a cobiça e inveja impregnado de escárnio.

Ela recordava-se de cada situação: quando foi apontada como a culpada de um rumor na corte dito pela própria, a humilhação em seu aniversário de doze dias de nome com uma insinuação de ter ganhado peso e ter arruinado sua aparência, quando Elysabeth provocou um conflito horrendo entre ela e Helaena ou até mesmo quando fez seus irmãos brigarem entre si, dentre cada uma delas, havia a hesitação corroendo Daenerys Targaryen.

Aos dezoito dias de nome, lidar com uma de suas maiores inseguranças lhe custaria. Escutou de sua aia, Diana sobre a vinda de Lady Elysabeth para o Torneio de Donzelas e Cavaleiros, causando uma ânsia, seu estômago se revirou-se e por um reflexo, Daenerys correu para o balde mais próximo, um tanto trêmula, aos nervos sendo ajudada pela dama de companhia, a qual ajudou-a arrumar-se, escolhendo uma vestimenta adequada.

Frente ao largo espelho, a Princesa Serpente buscava arrumar-se da forma mais minuciosa possível, investigando uma falha sequer. Examinando seus cabelos no penteado devido, as joias delicadas, apertando o espartilho ao máximo — desejando parecer adequada —, buscando um espaço para melhorias, uma ação à qual despertou o interesse e preocupação vindouro de Diana.

Desde que a própria estava ao lado de Daenerys, reparou sobre a fixação da Velaryon sobre seu auto cuidado mas, sob outro ângulo, despertou sua compaixão ao vê-la daquela forma.

— Acha que estou inchada? Ou minha pele está manchada? Será que o outro vestido é mais adequado e combina mais com a minha cor do que esse? E...— Daenerys murmurava para si mesma, podendo sentir mãos alheias a segurando, arrancando sua surpresa com o atrevimento de Diana.

— Está perfeita, Daeny — um sorriso gentil cobriu o rosto da loira, em busca de conceder-lhe a devida confiança mas, serviu para acordar a Velaryon de seu estado obsessivo frente ao espelho.

Princesa Daenerys poderia estar banhada a ouro e ser colocada em um pedestal — como era por muitos — mas, isso não significava sentir-se como transparência. Usando seu sorriso mais cordial, retornou ao eixo, agradecendo, finalizando sua preparação para atrever-se lidar com o dia fumegante.

Na suntuosa recepção organizada em preparação para os futuros Torneios, as fileiras de nobres se alinhavam em uma exibição deslumbrante de riqueza e influência. O salão do grande salão estava repleto de risos, vozes entusiasmadas e o tilintar de taças de vinho, enquanto as diferentes facções se reuniam em suas respectivas mesas, o amanhecer proveniente de encontros entre diferentes nobres aguardando outros para acomodarem-se na Fortaleza Vermelha

No entanto, a evidente divisão marcante entre os partidários dos verdes e dos pretos, as duas facções que haviam se formado na disputa pelo poder despertavam olhares indiscretos, murmúrios e risadas. Por outro lado, os nobres vestidos de preto, leais ao Princesa Rhaenyra, mostravam-se confiantes, trocando olhares de cumplicidade, as conversas carregavam um ar de determinação, como se estivessem prontos para defender ferozmente sua causa, cientes de que o torneio seria um espaço frutífero para alianças.