Capítulo 5

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Dez minutos depois, Samantha observava da janela do seu novo quarto, a prefeita dirigir o seu Mercedes preto na direção do centro da cidade, e pôde, enfim, respirar aliviada.

Aquela estava sendo uma manhã realmente difícil, pois todo o enjoo que não sentira durante a viagem, definitivamente estava sentindo agora. O que, na verdade, não fazia muito sentido. Havia se preparado para sentir-se mal durante todo o vôo de Nova York até o Maine, mas isso não aconteceu... até quase colorir o carpete do quarto de hóspedes da casa de Heloísa com o conteúdo do seu estômago.

Ugh! Esse realmente não era um pensamento muito bem-vindo no momento. Com uma mão na boca e outra na barriga, Samantha correu outra vez para o banheiro, ajoelhando-se na frente do vaso sanitário e tentando segurar o próprio cabelo. Não havia restado muito em seu estômago para que pudesse jogar fora agora, então não demorou muito a levantar-se e despir-se para entrar debaixo do chuveiro. Uma coisa era certa: não conseguiria voltar a dormir de forma alguma agora que se encontrava sozinha numa casa totalmente estranha.

Depois de tomar um banho bem demorado, abriu sua mala e tirou de lá algumas roupas. Passados alguns minutos, Samantha estava descendo as escadas quando ouviu o telefone fixo da casa tocar. Seria prudente atender? Pensou em ignorar mas a pessoa era insistente, então decidiu acabar logo com aquilo.

— Residência Aliperti — disse ao atender a ligação.

— Uh! Oi, Samantha, sou eu — ao ouvir a voz de Heloísa do outro lado da linha, precisou se concentrar para não confundi-la com a voz de Manoela.

— Sra. Prefeita? Oi... Esqueceu alguma coisa? — Por que outro motivo ela ligaria para a própria casa logo depois de ter saído?

— Na verdade, esqueci de avisá-la que há café pronto na cafeteira sobre o balcão da cozinha e, na porta da geladeira, eu deixei anotados o meu número de telefone pessoal e o número do meu escritório, na prefeitura, para o caso de você precisar entrar em contato comigo.

— Oh, certo. Obrigada por avisar. Mais alguma coisa, Sra. prefeita?

— Não. Desculpe-me por ligar, perturbando o seu descanso.

— Não se preocupe com isso. Eu não consegui voltar a dormir de qualquer forma, então...

Um breve silêncio se seguiu antes que a prefeita voltasse a falar.

— Certo. — Ela pareceu hesitar, mas, então, continuou: — E, Samantha, não precisa me chamar de Sra. Prefeita. Você não é minha funcionária e, se vamos mesmo fazer as pessoas pensarem que estamos juntas, seria melhor que me chamasse de Heloísa.

Samantha não sabia ao certo como responder àquilo mas tentou pensar em algo rápido.

— Uh... está bem... eu acho...

Heloísa se despediu e encerrou a ligação. Samantha permaneceu ainda algum tempo com o telefone na mão tentando entender a origem da súbita gentileza de Heloísa. Desde o início de toda aquela confusão, havia ficado bem claro que a prefeita não queria aquele arranjo tanto quanto ela própria e, bem poucos dias atrás, havia lhe dito coisas bastante desagradáveis e não havia mudado muito essa postura depois que Samantha propôs o arranjo de um ano. Então, por que a mudança de comportamento? Colocando o aparelho de volta no gancho e andando pela casa a procura da cozinha, pensou que talvez Clara a tivesse convencido a ser mais gentil. De qualquer forma, nenhuma delas havia lhe explicado porque Manoela nunca havia mencionado a existência da irmã gêmea. Portanto, não confiava em Heloísa e começava achar que Clara não era tão sua amiga como queria fazê-la acreditar.

Depois de dar algumas voltas pela cozinha de Heloísa, entendeu o que ela havia dito sobre não ter tido tempo para fazer compras. A verdade é que ela chegou a se perguntar se algum dia ela havia feito compras para aquela casa.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jun 19, 2023 ⏰

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THE SISTER | LIMANTHA
 
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