E se... (One shot)

Um sonho?

Me sinto animado e nervoso ao mesmo tempo enquanto abaixo o celular na mesa e olho para o meu pai, eu realmente vou encontrar com o diretor de uma empresa nova, porém promissora, de entretenimento?

Meu pai retorna o olhar de forma curiosa, talvez tentando decifrar a cara que eu estou fazendo nesse exato momento.

Já tínhamos conversado a respeito do meu ingresso no mundo do entretenimento e, como sempre, ele e minha mãe disseram que me apoiariam fosse qual fosse a minha decisão.

Depois de ir em várias produtoras confesso que já estava desanimando, porém a idéia de ingressar na Domundi fez com que eu recuperasse a empolgação.

Já vi alguns conteúdos do canal deles e confesso que me divirto bastante com a energia caótica que eles parecem ter. E, preciso admitir pra mim mesmo pelo menos, que a idéia de trabalhar e aprender sobre esse mundo com Zee Pruk Panich me atrai bastante.

Meu pai me tira do meu devaneio chamando meu nome.

- New? Você tem certeza que é isso que você quer? Não quero ver você exausto por ter que trabalhar e estudar ao mesmo tempo, fico preocupado.

- Pai, eu entendo a sua preocupação, mas P'Jew acredita que eu tenho potencial pra trabalhar com isso e eu também sinto que preciso viver esse desafio.

Meu pai levanta olhando pra mim:

-Tudo bem, filho. O que você decidir fazer eu estou aqui pra apoiar. Amanhã iremos ver esse P'Aof juntos.

- Tudo bem Pa, obrigado!

Antes de sair ele coloca a mão no meu ombro e aperta de leve,  me passando a sensação de segurança que senti a minha vinda inteira.

Não consegui dormir a noite, tive a sensação que se eu fechasse os olhos acordaria e tudo seria um sonho distante e essa idéia me apavorava.

Na manhã seguinte, durante o café, veio o primeiro golpe do destino, meu pai precisava comparecer ao trabalho e não poderia ir comigo. Essa notícia me tirou o apetite, e isso realmente é muito raro de acontecer, um sinal de alerta se acendeu na minha cabeça e uma dor incômoda no meu peito começou a se instalar. Olhei pro meu irmão mais velho, mas antes de ter a oportunidade de pronunciar uma palavra ele começou a falar:

- Infelizmente eu não posso ir com você Nong. Tenho um compromisso nesse horário.

- Tudo bem Phi, eu só não queria ter que remarcar.

Fiz tudo o que pude para não lamentar na mesa do café, mas minha apetite era inexistente naquele momento.
Pedi licença a todos e fui até meu quarto no andar de cima pra fazer a ligação para P'Jew.

Ele atendeu no segundo toque:

- Alô, Nong New? Tudo certo pra hoje a tarde?

- Oi P'Jew, infelizmente tenho más notícias. Meu pai não vai poder me acompanhar e nem meu irmão tem disponibilidade pra ir comigo. Podemos remarcar pra outro dia? Sinto muito pelo transtorno.

- Tudo bem Nong, essas coisas acontecem. Vou ligar pra P'Aof e encontrar outro dia pra essa conversa.

- Muito obrigado, e perdão novamente pelo transtorno. Tchau!