A Secret Love Song

3. É óbvio que você foi feita para mim

Mas nós sabemos disso, nós temos um amor sem abrigo.

A Secret Love Song II

O final de semana de Violet não passara de horas sombrias que se arrastavam e que a feriam cada vez mais.

Ela ficou o tempo inteiro no quarto, deitada em sua cama, ora olhando para o teto, ora com a cara enfiada no travesseiro. A dor que sentia em seu peito a prendia debaixo das cobertas, enquanto ela se despedaçava ao ficar relembrando o término com Caitlyn.

Violet imaginou que não haveria agonia maior do que estar perto de Caitlyn e ser apenas uma amiga. Aquilo era brincadeira de criança comparado ao que estava sentindo agora.

A segunda-feira chegou e Violet não conseguiu levantar. Ainda estava sangrando por dentro na terça, e na quarta parecia que nada tinha mudado.

– Hey, garota – ela ouviu Vander saudar. Pelo cheiro de nachos, ela soube que ele estava lhe trazendo o almoço, como fizera com todas as refeições nos últimos dias, já que ela não levantava daquela cama. Violet, no entanto, não sentia fome.

Ela ouviu quando Vander colocou o prato de comida sobre a mesa de cabeceira, mas não se virou, nem afastou o cobertor de seu corpo.

– Sei que está acordada – ele disse. – Também sei que está com dor, Vi.

Ela fungou. Violet demorou até conseguir se virar, deixando que ele visse seu coração partido, que se escondia atrás dos olhos cansados.

– Sinto muito, querida.

– Eu também – ela disse, com a voz rouca.

– Você sempre foi uma pessoa esperançosa, mesmo que não desmonstre – ele se sentou na beira da cama.

– Isso não adiantou de nada – Violet chiou. – Porque ela nunca teve esperança que fosse dar certo – ela esfregou o rosto no travesseiro, até seu nariz começar a arder. – Nunca me senti tão fraca.

– Suponho que todos nós caímos com força algum dia, não importa o quão durões sejamos – disse ele. – Mas sempre podemos escolher levantar e ficar mais forte pra aguentar a proxima queda.

– É esse o seu conselho revolucionário? – ela fez uma careta. – Levantar e não desistir?

– Meu concelho revolucionário, é que não importa o que vocẽ queira: seja voltar com a Caitlyn ou superá-la de vez, nunca vai conseguir nenhuma das duas coias sem levantar daí.

Violet suspirou e fechou os olhos. Ela sentiu a mão grande de Vander em seu cabelo.

– Você não está sozinha nessa.

*

Violet só precisava aguentar duas semanas até às férias de primavera. Após refletir bastante sobre as palavras de Vander, ela decidiu que precisava reagir, porque a vida continuava; mesmo que ela estivesse em frangalhos, o mundo ainda estava inteiro lá fora, esperando por ela.

Essas duas semanas foram mais tranquilas do que havia imaginado. Ela não topou diretamente com Caitlyn – exceto pelas aulas de literatura. No entanto, foram várias as vezes em que Violet estava passando pelo pátio e via Jayce Talis apoiado em uma das colunas, com um braço sobre os ombros de Caitlyn, e hoje não foi diferente.

Os dois estavam exageradamente próximos, e Jayce se inclinava para ela, para sussurrar algo no ouvido da Kiramman, arrancando um riso dela.

Violet não conseguia acreditar no que via. Enquanto ela precisava arrastar os pedaços de seu coração por aí, Caitlyn estava toda sorridente, agarrada com aquele playboy idiota.