𝟔𝟎 | 𝐏𝐎𝐃𝐏𝐀𝐇

Начните с самого начала
                                    

— Eu também não, pô — Igão brinca, rindo. — E olha que nem 'tô grávido. Isso aqui é só amor pela comida.

— Ravi e Luna te entendem.

— Entendem mesmo — concordo com eles.

— Ô, parça, dói? — Igão me encara bem. — Tipo ter duas crianças dentro de você. Eu sei que uma só dói.

— 'Cê sabe? — Mitico tira onda.

— Não. 'Cê entendeu.

— Pô, pensei que isso aí era só comida — Gabriel tira sarro indicando o corpo do Igão. — Já sabe se é menino ou menina?

— Vão se foder. 'Tô falando sério. Deixa eu falar com a primeira dama em paz? Seus moleques.

— Ah, dói, sabe? — Respondo meio sem jeito de como dizer como é a gestação e ainda mais de uma forma que eles possam me entender. — São duas crianças. E a gravidez vem cheia de riscos. Está sendo uma luta, mas... é uma experiência incrível. Bizarra, pois tem dois bebês crescendo dentro de mim. Ossos, pele, carne. Mas incrível. E eu sei, que depois de todo esse processo, vai ser gratificante ter meus filhos correndo pela casa.

— Que foda.

— E que casa, viu? — Mitico fica surpreendido. — As crias vão crescer no luxo, ostentando uma vida do caralho.

— São filhos do Gabigol, você quer o quê?

— Porra. Morar na Barra e numa casa com praia particular, que foda.

— É... — coloco uma mão na cintura, bem na curva da minha coluna torta e solto um suspiro cansado. Não estou aguentando nem ficar em pé por muito tempo. — Meu maior presente.

— Que fofinha — Mítico falta apertar minhas bochechas.

— Ô, vamos sentar pra começar, já? — Igão bate uma mão na outra. — A mamãe precisa estar confortável. Mitico, prepara o tripé que eu vou ligar a câmera.

Logo os dois estão andando pela casa para organizar as coisas pra gravação. A live está programada para às oito da noite. A gente tem uma hora e meia pra preparar e testar os aparelhos.

— Se você sentir dor — Gabriel passa a mão pela minha cintura de repente, me dando apoio. — Você fala que a gente para de gravar na hora.

— Eu 'tô bem.

Desde o jogo do Palmeiras contra o Santos no sábado passado, eu venho sentindo dores, não fortes ao ponto de me preocupar. São níveis cólica menstrual, mas bem leves. Consigo suportar. Meu médico me disse que é porque meu corpo está se preparando pro parto e os bebês estão ficando sem espaço aqui dentro. Estou tendo que fazer exames a mais toda semana só para me certificar da saúde dos meus filhos.

— Só me olhar com aquele olhar — ele avisa, enfatizando a última palavra — e vou saber que 'cê não 'tá legal.

— Relaxa, meu amor — subo minha mão por seu pescoço até conseguir tocar em sua bochecha. — Qualquer coisa, eu dou um grito. 'Tá?

Ele abafa uma risada, mas assente ao que digo. Abaixando a cabeça só para me dar um beijo demorado na boca.

Logo nos afastamos porque temos consciência que não estamos sozinhos e muito menos com privacidade para ficar prolongando momentos íntimos.

— Vamos gravar lá — Gabriel diz pra Mitico e Igão em voz alta apontando para a sala de estar que tem uma mesa comprida e uma ótima vista pro mar. — Vai ficar bem enquadrado na câmera.

— 'Cê que manda, papai.

Eles debocham, rindo e Gabriel me ajuda a caminhar até lá sem tirar a mão da minha cintura, me segurando com firmeza o caminho inteiro. Ele está quase me pegando no colo e me levando lá assim para que eu não faça um mínimo de esforço sequer. Está agindo desse jeito, com bastante cuidado, para que eu me sinta o mais confortável possível. Sempre.

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