STᕮᒪᒪᗩ ᗷᗩKᕮᖇ
O caminho até a casa de Zade passou lentamente, o cheiro forte e delicioso dentro do carro se fixou em mim. Mesmo após chegarmos ainda conseguia senti-lo em minha pele.
Ao descer do carro, Zade dá a volta e abre a minha porta. Observo a casa de dois andares em estilo industrial, a fachada toda de vidro e tons de madeira, cinza e preto fosco. Toda a estrutura deixando claro que um homem morava no local. Lembro-me de uma foto que tirei algumas semanas atrás.
– Gosta? – Ele pergunta retirando-me de meus pensamentos.
– Desculpe? – Murmuro confusa
– O estilo, você gosta?
Desvio o olhar entre a fachada e ele.
– É linda, acho que combina com você
Um sorrisinho divertido surge em seus lábios.
– Combina é? Por que eu também sou lindo?
Abro a boca surpresa, sem pensar em nada para falar.
Ele está me provocando, não é?
– Vamos entrar Stella, está frio aqui fora e não quero que fique doente.
Obedecendo seu comando, sigo para dentro.
Nunca tive a chance de conhecer sua casa pelo lado de dentro, as enormes paredes de vidro não mostram todo o conteúdo.
Passo pelo hall de entrada seguindo pelo corredor que leva até a sala espaçosa e bem arejada.
– É tão aberta, não tem medo que invadam? – Questiono pondo a mochila no sofá da sala e me sentando em seguida.
– Tenho monitoramento 24h, além disso tudo o que possuo tem seguro.
– Bem, deveria dar umas dicas a Damon – Dou de ombros – Cansei de tentar convence-lo a fazer um para nossas coisas.
– Seu irmão pode ser bem difícil de lidar em certos assuntos.
– Eu diria que em quase todos os assuntos. Só o vejo ceder quando eu ou Aly tentamos o dissuadir. Nem mesmo Yas consegue mudar a cabeça dele – Digo lembrando de inúmeras situações que Alyssa foi a Suíça entre nossos assuntos.
– Quer beber alguma coisa? – Oferece de pé na minha frente. – Vou de cerveja.
– Hum... – Murmuro pensativa – Não sei se devia, Damon não iria gostar disso.
Zade suspira olhando para cima de olhos fechados, parece um misto de dor e extrema concentração.
– Trarei um suco de maracujá então – Ele se afasta em direção do que presumo ser a cozinha.
– Espera! – Exclamo, falando um pouco mais alto do que o costume. Vou atrás dele entrando na cozinha. – Pode me dar uma cerveja.
– Não sei se deveria – Zade responde ainda de costas para mim – Você sabe, Damon me mataria se algo acontecesse com a irmãzinha dele, e você é menor, não tem idade para beber.
Ele finalmente se vira, uma garrafa de cerveja na mão e os olhos nebulosos. Não percebo que me movi até estar a poucos passos de distância. A prudência fica de lado quando envolvo minha mão no gargalo e a tiro da sua, levo à boca e dou um gole sem tirar meus olhos dos dele.
– Damon precisa parar de me tratar como uma criancinha e você também, professor – Aviso lhe estendendo a cerveja.
Zade desvia de mim até a geladeira e pega outra. Voltando para meu lado ele encosta na bancada e bebe assim como eu, sem tirar os olhos dos meus.
– Acredite, nunca te vi como uma criancinha, Stella.
Me encosto ao seu lado.
A forma como pronuncia as palavras faz tudo parecer tão bom, obsenamente bom.
Um gole, depois de outro e mais um. O calor que atinge meu corpo não cessa nem com toda cerveja gelada do mundo.
Os olhos atentos do professor estão sobre mim, me queimando, marcando um ponto.
– Por que não para de me olhar professor Zade? – Pergunto em um sussurro, me virando de lado para também encara-lo.
Ele já terminou uma garrafa e tem outra pela metade nas mãos.
– Não sei – Sussurra de volta – Você é uma coisinha linda, Stella. É impossível parar de te olhar
Porquê estávamos sussurrando?
Porquê a distância entre nos parecia menor a cada segundo?
A mão dele tocava meu rosto, seus dedos pescrutavam meus lábios, desenhando o contorno e raspando o polegar.
Levanto meus olhos aos seus e vejo que estão fixos em minha boca, como se fosse algo de extrema importância.
– Impossível de não tocar também? – Outro sussurro.
Ele levanta os olhos, suas orbes refletem desespero genuíno.
– Porra Stella – Uma de suas mãos envolve minha nuca – Sim, definitivamente sim.
Fecho os olhos apreciando o contato, minha mente embasada aproveitando cada segundo. Inspiro seu cheiro, o perfume amadeirado invadindo minhas narinas e seu hálito mentolado e alcoólico soprando em minha face a cada palavra.
Sua mão em minha nuca me guia para mais perto, a outra envolve minha cintura e meu peito se choca ao seu. A mão grande e gelada em minha cintura nua pela abertura do vestido faz meu corpo se arrepiar.
– Essa é uma distância perigosa – Sopra contra meus lábios – Está com medo Stella?
Deus, não
– Acho que eu v...
Meu telefone toca em algum local da casa, pulo de susto e me afasto dele correndo até minha mochila. Todo o álcool some do meu sangue quando vejo a ligação de Damon.
– Stella? – Zade chama atrás de mim – Olha, eu...
Atendo a ligação quando o vejo se aproximar.
– Dam, oi – Cumprimento meu irmão.
– Irmãzinha, te mandei várias mensagens e não me respondeu.
– Desculpe, eu – Não tenho nenhuma desculpa válida – humm
– Quantas? – Pergunta de repente.
– O que?
– Você bebeu, quero saber quantas – Explica.
– Damon, por favor não comece com isso, foi só uma
– Vou matar o irresponsável do Zade – Resmunga irritado.
Arregalo os olhos para o moreno ao meu lado. Zade percebe a mudança e pega o celular da minha mão.
– Damon – Ele chama se anunciando.
Meu irmão diz algo que o faz revirar os olhos e balançar a cabeça assentindo.
– Sim – Uma pausa – Meia-hora.
E depois desliga.
– Ei! – Exclamo – O telefone é meu.
Vindo até mim ele me entrega o aparelho e coloca uma mecha de cabelo atrás da orelha.
– Junta suas coisas que vou te levar para casa Stella – Tudo o que faço e balançar a cabeça positivamente – preciso de um banho, não demoro.
Me deixando no meio da sala ele se vai escada acima.
Mas o que é que aconteceu aqui?
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Stella : DUOLOGIA IRMÃOS BAKER'S
RomanceLivro 1 "O nome Stella Baker não deveria nem estar passando por minha cabeça. Não quando eu sou professor e melhor amigo de seu irmão, não quando ela tem 17 anos e com certeza não sendo fodidos 18 anos mais velho que ela. A parte engraçada, porém, é...