𝟓𝟗 | 𝐋𝐎𝐈𝐑𝐎 𝐏𝐈𝐕𝐄𝐓𝐄

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TEM NOÇÃO DISSO? Falta muito pouco pros meus filhos nascerem. A previsão é que venham dia 06 de julho. Mas por causa dos riscos, eu devo me preparar para o parto uma ou duas semanas antes.

Falta um pouco mais de um mês.

Por isso que ajeitamos a casa. Tivemos que preparar tudo pra vinda dos bebês mesmo que ainda faltem algumas semanas. Os riscos nos preocupam, sabe?

Trouxemos tudo da antiga casa pra cá, mas mantivemos os móveis porque a casa mobiliada é o charme do lugar. A única coisa que precisou de reforma foi o meu quarto. Colocamos uma cama king, ampliamos o closet e colocamos um lavatório com duas cubas no banheiro para facilitar o processo pela manhã, mesmo que Gabriel acorde muito mais cedo do que eu e a gente mal se veja.

Aliás, hoje eu nem o vi. Ele disse que precisaria treinar mais pro jogo de amanhã contra o Corinthians e para a Copa do Brasil que vai ter na quarta-feira. Um clássico Fla-Flu. Está explicado o porquê do desespero. O último confronto entre os dois times, rendeu a vitória do Fluminense e o título do Carioca numa virada histórica.

Fluminense deu uma de Palmeiras e meteu logo quatro no jogo de volta.

Assim que piso em casa sou surpreendida com as malas no Hall de Entrada e com as três pessoas invadindo meu lar.

— Esse portão é chique demais, não sei fechar, não — diz meu pai enquanto apertava inutilmente o controle do portão.

— Mãe! — exclamo, fazendo a mais velha notar a minha presença e vir correndo em minha direção com os braços abertos. — Pensei que só viriam amanhã.

Coloco Mike no chão que começa a correr pra longe e me aproximo da minha família.

— Seu pai estava com saudade e decidiu antecipar a viagem.

— Saudade da minha princesinha — o velho me abraça também, mas com muito mais cuidado do que minha mãe. Acho que ele pensa que eu sinto dor com qualquer tipo de contato.

Depois que eu fiquei internada, as preocupações de todos duplicaram. Meu pai só está sendo um pouco extremo em achar que sou sensível que nem vidro fino.

— Como você está?

— Hoje está tudo bem e calmo.

— E a pressão, filha? — Minha mãe pergunta.

— Nunca mais subiu desde aquele dia.

— Ainda bem — ela olha pra cima, num gesto de agradecimento divino. — E os bebês?

— Meus palmeirenses aqui já estão pulando de ansiedade pelo jogo de hoje contra os peixes? — Meu pai abaixa a cabeça e toca em minha barriga redonda. Estou de cropped, minha pele está totalmente exposta. — Nossa, filha, sua barriga está enorme.

— Não é mesmo, pai? Os bebês ganharam muito peso nessa última semana. Fiquei besta quando subi na balança.

— Quantos quilos 'cê 'tá?

— 75 redondo. Eu nunca tive esse peso. Engordei 20 quilos e eu estou entrando no oitavo mês ainda.

— Que gorda — zomba Lucas. Reviro os olhos pra ele, mas aceito seu abraço e o beijo que deposita em minha bochecha. — Fala ai, meus parcinhas. — Ele cutuca minha barriga e eu sinto um pouco de cócegas. — Quem de vocês está gordo pra cacete? Aiii.

Lucas geme e pelo tapa que minha mãe dá com gosto na cabeça dele.

— Olha a língua, garoto.

— Desculpa — ele alisa a região do tapa com uma careta.

HOTEL CARO ━ gabigolWhere stories live. Discover now