01: mastermind

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E se eu te dissesse que nada disso foi acidental?
Que na primeira noite que nos vimos, nada iria me parar?
Eu preparei o terreno e, como o mecanismo de um relógio
Os dominós desabaram em fila
E se eu te disser que sou mestra em manipulação?
E agora você é minha.

(Taylor Swift)

[ ... ]

O dia de Simone Tebet geralmente começa com ela acordando às oito da manhã. Ela é uma dorminhoca pesada, e não gosta de pijamas, só dorme com uma samba canção, top e com um cobertor leve, caso contrário, ela se sente sufocada. Ela é o tipo de solteira que está acostumada a ter a cama só pra ela; dorme esparramada com a barriga no colchão não deixando espaço nem mesmo para um pequeno cachorro ou gato.

Ela também é o tipo que insiste que não precisa de um despertador para acordá-la, que seu "relógio interior biológico" sempre funcionava...exceto que isso era uma mentira e ela sempre foi supervisionada. Ela dependia de uma amiga para chamá-la e tirá-la da cama. É por isso que o celular dela estava zumbindo na cômoda durante os últimos segundos. A mulher gemeu frustrada e puxou o travesseiro sobre a cabeça tampando os ouvidos.

As duas primeiras tentativas de ligação tinham ido direto para o correio de voz, mas ela sabia que sua amiga não desistia facilmente. Era uma questão de responder ou deixar aquele zumbido irritante passar, mas ela imaginou que deveria fazer a coisa certa e atender a droga do celular.

Com a cabeça ainda debaixo do travesseiro, Simone cegamente estendeu a mão e começou a mover os dedos pela cômoda até sentir o celular que continuava fazendo barulho.

— Celular novo, quem é? — Simone finalmente pegou o telefone depois de colocá-lo debaixo do travesseiro no ouvido.

— Levante e brilhe, bela adormecida, o trabalho te espera. — Sua amiga disse com entusiasmo para a "diversão" de Simone.

— Tchau. — ela desligou e lentamente deixou uma perna cair pra fora da cama.

De lá, ela foi direto para o chuveiro, pegou algumas roupas limpas e seguiu para a estação de metrô. Estava a caminho quando passou por um restaurante local, onde sempre tomava café da manhã. Ela precisava de uma grande refeição para funcionar o dia inteiro; panquecas, ovos mexidos, tiras de bacon, e um grande copo de suco de laranja. Ela sempre come rápido, então normalmente demora cerca de meia hora para entrar e sair.

Nas duas últimas semanas, ela havia se adaptado a tendência de olhar mais de perto toda vez que via alguém com cabelo loiro. Não importa o quanto ela tentasse, não conseguia apagar o rosto dela de sua mente. Era quase como se Simone já a conhecesse de outra vida. A maneira como ela sorria estava gravada para sempre em sua memória, querendo ou não. Então ela não ia desistir, não custa nada esperar que um deles fosse a sua loira.

Ela estava muito consciente de que sua melhor aposta para encontrá-la era o metrô, já que não sabia basicamente nada sobre ela.

Simone tentou criar um plano para que ela pudesse vê-la novamente. Enquanto estava sentada em seu café favorito, ocorreu a ela como todos seguiam algum tipo de rotina. Ela estava sempre naquele lugar na mesma hora todos os dias, e ela sabia que tinha que pegar o metrô em um determinado horário, se quisesse chegar às dez da cidade para o trabalho.

A única coisa entre ela e a mulher de seus sonhos era a possibilidade de cruzar com ela novamente no metrô.

Ela sabia que ela não tinha pegado o metrô desde então, porque ela passou os últimos dez dias certificando-se que ela pegou o mesmo metrô de volta para casa, e em cada parada ela passava pro outro vagão do metrô procurando por ela.

the only exceptionOù les histoires vivent. Découvrez maintenant