1- Aceita uma bebida?

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Chegou por volta das duas da tarde no dia seguinte. Assim que desceu do ônibus, viu de longe um sorriso enorme que tinha um formato semelhante a um quadrado, era seu melhor amigo, a pessoa que lhe daria um espaço em sua casa e que sabia que o apoiaria no que precisasse. Se conheciam desde pequenos, eram de famílias amigas em uma cidade pequena, e desde então, nunca deixaram de se apoiar. Sorriu depois de muito tempo ao vê-lo com um sanduíche e refrigerante na mão correndo em sua direção.

- Meu mochi! - O abraçou, recebendo um pequeno murmúrio de dor de Park. - Desculpa. Te apertei forte demais.

- Tudo bem, senti sua falta.- Sorriu, pegando o lanche que lhe foi oferecido.

- Vem, o carro tá logo ali no estacionamento - Disse Taehyung, começando a andar.

Demorou poucos segundos até estarem no carro confortável, enfrentando o trânsito cheio de Seoul. Jimin percebeu que estava sendo observado pelo amigo a todo momento.

- Eu sei, tá feio, né? - pergunta se referindo as feridas.

- Muito. - suspira. - Eu tô muito chateado comigo mesmo, sinceramente. Eu sempre senti que aquele cara não era gente boa como ele aparentava ser, mas nunca quis te contar, você parecia feliz, não queria atrapalhar isso.

- Você é a única pessoa que me ajudou, Taehyung. Só de estar me oferecendo morar com você, já salvou a minha vida. - Sorriu, vendo o amigo sorrir de volta. - Na verdade, quem deveria se culpar sou eu. Fui muito ingênuo de acreditar que alguém seria tão incrível assim.

- Jimin existem pessoas incríveis assim. Eu ainda vou querer que você se case algum dia e tenha sua família como sempre sonhou. Nem todo mundo é ruim. Você tinha apenas 14 anos quando conheceu ele. Não tinha noção que isso tudo poderia acontecer.

- Eu me entreguei totalmente. Esse foi meu erro. Deixei ele usar meu corpo e acabar com a minha mente. Eu fui tão fraco. Não acredito que eu fui morar com ele quando fiz dezoito e fiquei dois anos preso apanhando. - se sente engasgado enquanto dizia aquelas palavras. Eram difíceis demais.

- Você ainda é jovem e não está sozinho. Tem uma vida toda pela frente, prometo que não vou deixar isso acontecer de novo, ok? Mas, cara, porquê simplesmente não acionou a policia?

-Acha que não? - solta um suspiro baixo olhando a paisagem pela janela do carro. - Eu chamei a polícia, comecei um processo. Ele é rico, Taehyung, o pai pagou um advogado caríssimo. E não conseguiram dizer que a minha história era mentirosa por causa das minhas feridas. Ele não vai ser preso, só se uma pessoa ainda mais poderosa surgisse do nada e fizesse toda uma vingança por mim. Minha vida não é um dorama, infelizmente. E eu não vou conhecer alguem que pudesse me ajudar a acabar com ele.

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- Senhor? Os documentos do processo contra a Food&Drink estão prontos, aqui está. - A secretária de cabelos pretos estava com uma pasta escura na mão.

Estava na sala do dono da Jeon's Corporation, uma empresa de tecnologia conhecida mundialmente. Famosa pelas diversas invenções que podem ser usadas em um futuro próximo e pelo fato do inventor ser alguém tão jovem pelo nível de fama e dinheiro que conquistou. Jeon Jungkook, tinha apenas 30 anos.

- Pode deixar na mesa Karen - disse em um tom de voz firme enquanto olhava as ruas movimentadas de Seoul do 10° andar do edifício corporativo, sentado em sua poltrona confortável com um copo de tequila na mão.

- Precisa de mais alguma coisa?

- Apenas chame Kim Namjoon para vir a minha sala.

- Sim senhor. - se curva e sai da sala a passos apressados.

Aceita uma bebida? | jikookWhere stories live. Discover now