A arte de um evitar o outro não era totalmente incomum, mas o fato de estarem fazendo isso ao mesmo tempo era mais raro. Os sussurros já estavam correndo pela mesa da Sonserina como fogo quando Harry passou as refeições naquele dia com os Grifinórios, em vez de em seu assento habitual ao lado de Tom.

O que era ainda mais incomum, e talvez inédito na história da 'Dupla da Sonserina', era que eles não pareciam estar fazendo isso durante uma discussão.

Não houve indiretas ou zombarias sutis, Tom não sinalizou deliberadamente para Lestrange ocupar o lugar de Harry, em vez disso, deixou-o vazio e olhou feio para Cygnus quando ele se mexeu como se fosse tentar ocupá-lo.

Foi...bizarro.

Zevi só podia se perguntar o que diabos havia acontecido e lamentar mentalmente por ter perdido o testemunho.

A outra coisa indicativa de que isso não era como qualquer outra discussão que ambos tiveram antes era que eles ainda se entreolhavam de vez em quando. Normalmente, se eles estavam se evitando, eles faziam um grande esforço para NÃO mostrar qualquer sinal de interesse, mas agora...era muito estranho.

Zevi não tinha certeza se gostou ou não desse desenvolvimento, quebrou o padrão, e isso significava que ele estava de volta ao começo lutando para acompanhar e prever o que era aceitável e como as coisas iriam acontecer.

Ele notou que o diretor parecia alegre com o aparente distanciamento. Foi fascinante, e qualquer que fosse a causa, ele podia adivinhar o resultado, algo iria ceder ou mudar em sua dinâmica, talvez para abrir caminho para algo mais profundo, se é que isso fosse possível.

Zevi respirou fundo, olhando para sua carne assada em silêncio.

Observando. Sempre observando. E ele sabia que o resto também.

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Harry ergueu os olhos quando a porta da Sala Precisa se abriu e Tom entrou. O herdeiro da Sonserina parou ao vê-lo, encarando-o com uma expressão ilegível.

- Harry.- ele cumprimentou, baixinho.

- Tom.

De repente, ele se sentiu nervoso. Tom o atacou fisicamente na noite passada, e doeu. Ele tinha um hematoma marcando sua pele por baixo de um Glamour que ele sabia que já havia chamado a atenção do jovem Lorde das Trevas.

Os sonhos com Voldemort usando o rosto de Tom para tortura-lo se agitavam em sua cabeça. Seus dedos se curvaram para dentro, as unhas cravando nas palmas das mãos.

- Eu não esperava que você viesse.- disse Tom.

Harry encolheu os ombros, desconfortavelmente, o olhar piscando para cima novamente, tentando decifrar toda e qualquer expressão que surgisse nas feições do outro.

- Você me socando na cara não me impede de precisar de um Professor de Oclumência.- ele respondeu, cuidadosamente. Tom parecia ainda mais pálido do que o normal e, quase hesitante, começou a se aproximar dele novamente.

Os músculos de Harry enrijeceram, apesar de si mesmo, e ele sabia que Tom percebeu isso pelo brilho muito rápido em seu rosto.

- Você está usando um Glamour.- Tom afirmou, a voz de alguma forma ainda mais suave do que antes. Harry agitou sua varinha sem palavras, revelando o hematoma.

A respiração de Tom ficou presa na garganta, entrecortada, e Harry sentiu uma sensação doentia de triunfo.

Tom ficou ao lado dele por um segundo, fazendo-o recuar por instinto, e Tom congelou no local, antes de continuar seus movimentos independentemente, embora devagar o suficiente para que Harry tivesse a opção de impedi-los.

O Favorito do DestinoWhere stories live. Discover now