07 - Ele está aqui

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Alessandro

Nem acredito que encontrei o Cris aqui em São Paulo, depois de tanto tempo sem contato assim de repente a gente esbarra em um restaurante.

Saímos pra jantar e foi maravilhoso, o que mais gostei foi saber que ele está sozinho ainda, acho que tenho chances. Até hoje não entendi porque a gente terminou, ele poderia ter vindo comigo anos atrás, mas ele disse que não estava preparado e foi aí que tudo entre nós acabou, depois que mudei não tivemos mais contato.

Acho que o destino fez a gente trombar outra vez, eu sabia que a nossa história não tinha terminado lá em Nova Friburgo, algo sempre me disse que ele ainda seria meu, nossa história foi muito grande pra morrer assim.

Ele disse que está trabalhando em um dos grandes escritórios aqui da cidade e parecia muito feliz com isso. Eu também estava mudando de emprego, recebi uma proposta de um grande escritório e estava saindo do antigo.

Hoje é o dia em que começo no novo emprego, não estou nervoso porque eu sei fazer o meu trabalho, e faço muito bem, quando cheguei no prédio em que vou trabalhar que puder ver a diferença do outro. Neste aqui somente os mais abastados tem condição de arcar com os honorários que se combram, eu pesquisei e uma hora aqui com o mais barato não sai menos que dois mil reais. O salário que me foi oferecido era bem maior do que o antigo, eu trabalharia mais, mas com certeza compensaria e olha que não ganhava pouco.

Tudo no prédio era de puro requinte, cheguei lá e fui até a secretária do chefe dos associados ela entrou em uma sala e voltou dizendo que me levaria até a sala de reuniões, chegando lá já tinha outras duas pessoas sentadas, nos apresentamos e descobri que hoje também era o primeiro dia deles.

– O doutor já vem falar com vocês. – a secretaria diz e sai pela porta sem dizer mais nada.

Acho que ele quer se apresentar e nos dizer como as coisas funcionam aqui, esse lugar é enorme, não consigo nem dimensionar.

A porta se abre e não vejo quem entra pois estou de costas, mas eu logo reconheço a voz.

Cristiano

– Bom dia doutores, eu sou o Dr. Cristiano chefe dos associados e esse é o Dr. Pedro um dos donos. – digo indo para a ponta da mesa sem olhar para eles, sento ajeito uns papéis e Pedro fica em pé ao meu lado. – espero que tenham gostado do que puderam ver por enquanto, se apresentem por favor. – quando levanto o rosto para olhar cada um deles vejo Alessandro sentado, não acredito que ele vai trabalhar aqui.

– Dr. Alessandro que surpresa vê-lo aqui. – tento ser o mais natural possível, por dentro está um turbilhão de emoções. Me recuso a olhar para, Pedro tenho certeza que ele está vermelho.

– Surpreso estou eu, por saber que o senhor será meu novo chefe. – nessa hora Pedro solta um pigarro e chama a atenção toda pra ele, nos olhamos.

Pedro está roxo, tenho medo do que pode acontecer.

Pedro

Quando entramos na sala ele está lá sentado como o grande merda que ele é, Cristiano nem percebeu ele, se concentrou apenas no seu discurso de apresentação.

A minha vontade foi de jogar ele pela janela, enquanto Cris falava ele sorria todo bobo. Quando Cris o viu senti que ele ficou nervoso, mas manteve a pose de chefe sem vacilar, ele evitava me olhar, sabia o que estava se passando dentro de mim é o quanto eu detesto esse cara. Me forcei a ser profissional.

– É um prazer ter os doutores trabalhando conosco a partir de agora, tudo o que precisarem é só falar com o Dr. Cristiano, vocês se reportam a ele, eu vim apenas recebê-los e lhes desejar boa sorte.

Novo TempoWhere stories live. Discover now