22 - A Sétima Horcrux

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— Juro. — Olívia respondeu. — Consegui beijar você e ainda vou roubar a camiseta quando você não estiver olhando. Isso é ganhar.

— Duvido muito de que essa lógica exista. — Ele desdenhou.

— Se eu inventei, existe. — Ela piscou para ele, voltando à sua posição original para terminar a anotação no diário. O garoto se sentou na cama, apoiando a cabeça no ombro de Olívia para vê-la escrever.

— Como isso de destruir as horcruxes funciona exatamente? — Ele perguntou. — É só você colocar seu sangue e... pronto? Uma horcrux é destruída?

— Não. — Ela respondeu. — Funcionou com o diário, porque ele já estava quase que completamente acabado. Dumbledore me disse como ele destruiu o anel. Não foi só o meu sangue, ele usou a espada para rachar o metal. Meu sangue destrói, mas eu preciso garantir que o objeto seja profundamente e irreparavelmente danificado. Posso usar qualquer coisa. Uma faca. Uma pedra. Só tenho que danificar.

— E a cobra?

— Suponho que a tradução para "profundamente e irreparavelmente danificado" em um ser vivo signifique que ele precisa morrer. — Olívia falou.

— Certo. — Ele franziu as sobrancelhas. Ficou em silêncio pelos próximos minutos. — Nunca tinha ouvido falar de nada assim.

— Horcruxes? E quem tinha?

— Não as horcruxes. Você. — Ele disse, pensativo. — Mesmo no mundo da magia, as coisas funcionam obedecendo a uma lógica. Profecias, por exemplo, contam algo que pode acontecer, mas que não precisa realmente acontecer, por isso que nem toda profecia se realiza. Não é completamente mágico, entende, se a pessoa da profecia não mover um dedo, ela não se torna real. Mas você... se só o seu sangue pode destruir as horcruxes, você se torna meio que... mística. Como se você tivesse nascido para isso. É meio... surreal existir algo assim.

— Então eu meio que estou quebrando padrões e inovando no jeito como as coisas no mundo mágico funcionam? — Olívia abriu um sorriso. — Ah, sabia que até o universo me achava especial. — Ela falou, colocando um ponto final no fim da anotação.

Marcel beijou o ombro dela, pegou o caderno e começou a ler e reler as anotações antigas, como vinha fazendo nas últimas semanas.

— Fico feliz que a minha vida bizarra sirva de fonte de conhecimento para você. — Ela disse, irônica.

— É muito educativo. — Ele falou distraidamente, virando a folha. — Olívia.

— Hm?

— Nada disso te assusta? — Marcel perguntou seriamente, olhando para ela.

— Tudo isso me assusta. — Foi o que ela respondeu. — Eu só finjo que não, ou não vou conseguir fazer nada na vida.

Marcel piscou algumas vezes, antes de abraçá-la por trás com um pouquinho mais de força. Olívia se apoiou contra o peito dele, sentindo uma enorme dor de cabeça. Não tinha dormido muito bem na noite anterior, repassando tudo o que sabia sobre as horcruxes na sua cabeça. Não sonhara com nenhuma delas durante as poucas horas de sono que teve e, por mais que Dumbledore dissesse que os palpites dela poderiam ser os mais úteis para achar as horcruxes, Olívia não tinha ideia de como magicamente achar o ponto no globo onde uma delas poderia estar.

A porta se abriu alguns minutos depois. Josh entrou e fechou a porta, liberando Audrey para sair debaixo da capa de invisibilidade dele.

— Eca. — Josh disse, quando os viu abraçados. — Eles vão fazer isso o tempo todo agora?

— Me poupe. — Olívia mostrou a língua para ele. — Por acaso já reclamamos das sessõezinhas de amor e arco-íris entre você e a Sonsa Parker?

— O tempo todo! — Josh exclamou. — Vocês fazem som de vômito toda vez que a gente se beija!

OLÍVIA POTTER [6]Where stories live. Discover now