𝟒𝟗 | 𝐕𝐎𝐂𝐄̂ 𝐕𝐀𝐈, 𝐒𝐈𝐌

Začít od začátku
                                    

— Já — ela me responde, se ajeitando na poltrona. — Fim do mês de março. Está programado pra semana do dia 20.

— Mês que vem — informo.

Hoje é dia primeiro de Fevereiro, então não vai demorar muito para eu conhecer o Henrique. Será que ele vai ser a cara do Gustavo? Tenho quase certeza que sim. Um mini Roddy do Por Água Abaixo.

— Eiii? — Ouço alguém me chamar de repente, uma voz feminina, saindo de lá de dentro da casa. — Vem almoçar!

— 'Tô indo — digo a Dhiovanna e volto minha atenção ao celular. — Vou ter que desligar, Sarah.

— Já?? Você nem me contou os detalhes da sua casa nova e nem como anda os bebês.

— Bom, 'tá tudo bem com eles e... — Preciso ser objetiva. — A casa é ótima, Sarah. Depois eu te ligo pra falar melhor sobre tudo.

— 'Tá bom — me ajeito na boia, pronta pra pular na piscina e sair daqui. — Mas não esquece de me ligar. Às quatro?

— Às quatro — confirmo, por fim me despeço e desligo a chamada.

Com os braços pra cima, mantendo o celular no alto pra não molhar, me jogo na piscina e vou me arrastando pela água até chegar na escadinha e, enfim, sair daquela água maravilhosa. Aqui se tornou meu remédio relaxante, onde me sinto em paz.

Pego minha toalha em cima da espreguiçadeira e me seco, mas, por ainda estar molhada, decido enrolá-la no meu corpo para poder entrar em casa.

— Você esqueceu o que a médica disse? — Pergunta Dhio estendendo o prato de comida vazio pra mim assim que chego na cozinha. — Precisa ganhar peso.

— Eu sei — pego o prato por impulso. — Por isso que entrei o mais rápido possível.

— Ai, Lua — sim, pelo visto, eles aderiram a esse apelido. — O seu histórico com comida não é dos melhores, entendeu? Eu fico preocupada. 'Tô vendo que eu vou ter que me mudar de uma vez pra cá, pra garantir a saúde dos meus sobrinhos.

— Que exagero, Dhio.

— Exagero? — Minha cunhada toca em minhas costas e me empurra calmamente até que eu esteja bem sentada à mesa na qual foi preparada um banquete. — Vamos ter que contratar uma cozinheira profissional também. Não dá pra viver de ifood.

Sim, exatamente. O banquete aqui nada mais é que comida vinda do delivery. Gabriel mal fica em casa, a diarista só vem pra arrumar e deixar tudo limpo, ela não ganha pra cozinhar.

O problema é que agora eu moro aqui e estou desempregada, sem ter nada pra fazer o dia inteiro. Ou eu cozinho ou eu vivo de delivery. E sinceramente, não sou uma boa cozinheira não. Meu forte é macarrão e miojo. Porém não posso me encher com essas besteiras.

— Vou conversar com o Gabriel sobre isso — digo, enquanto me coloco em pé para me servir. Encho o prato com peixe assado, salada de tomate e pepino, farofa, grão de bico e umas verduras. — Eu aceito que você more aqui. Não curto a solidão. Não numa casa gigante.

— Vai ser ótimo pra mim, só que... — já esperava o empecilho. — Tenho uma rotina em São Paulo. Faço algumas publis, então... vou ter que ver direitinho. Vai levar um tempo pra estar tudo decidido. Até lá eu posso ir vagando de um estado pro outro como sempre faço.

— Tudo bem — digo sem criar problemas.

Eu tenho que me organizar aqui também, quem sabe eu arrumo um emprego ou... sei lá, preciso criar uma rotina. Ficar na piscina o dia inteiro não vai ser muito produtivo.

HOTEL CARO ━ gabigolKde žijí příběhy. Začni objevovat