Capítulo 37 - Não posso

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E assim, abaixou sua cabeça, encostando-se na direção do carro.

E chorou.

- Como? Como, em tão pouco tempo? Como você é idiota, Vanessa! Que merda! De novo, Vanessa? De novo? Você sabia - repetia em meio ao choro para si mesma.

Sentada na cama de seu quarto, encontrava-se Palloma olhando para o chão, mais uma vez, sem saber o que fazer.

Mais uma vez estava naquela situação.

Seus olhos se encheram de lágrimas por um momento. Mas Palloma recusou sua vinda.

Respirando fundo, levantou da cama e pegou as chaves do carro.

Parou em frente a casa.

Pegou seu celular, logo digitando uma mensagem.

''Tá em casa, né?''

''Tô.''

''Tô aqui fora, vem.''

''Indo.''

Leu a resposta e respirou fundo, aguardando.

Ouviu uma batida de leve na janela do carro. Logo destrancou-o.

- Ué... Veio me procurar? Depois daquilo tudo?

- Foi mal. Você me conhece.

- Conheço. Mas você não é assim - Palloma bufou com a resposta.

- Bruna, não vim aqui pra ouvir besteira. Quer ficar comigo, ou não? - olhou-a.

Bruna sorriu.

- Quando que eu digo não pra você, meu amor?! - indagou, se aproximando de Palloma e a beijando rapidamente.

Vanessa adentrava em seu quarto, correndo para sua cama. Lágrimas ainda escorriam por seus olhos involuntariamente.

Assim que a viu, Sofia levantou-se rapidamente, deixando seus livros caírem de sua cama. Logo estava abraçando sua amiga, tentando acalmá-la.

Ela já sabia o motivo.

- Esquece essa menina.

No dia seguinte, Sofia acordou sua amiga, que ainda estava mexida com o ocorrido do dia anterior.

- Vai, levanta!

- Hoje quero ficar deitada... Quieta.

- E quem disse que pobre pode fazer isso? Trabalho, Vanessa! - ao ouvir, Vanessa fez uma careta, levantando da cama.

- Te busco no hospital hoje, nós vamos sair.

- Não!

- Sim. Vamos pra casa da Manu, e vamos fazer alguma coisa.

Vanessa a encarou por uns segundos.

- A Manu? - já sabendo o que ia ouvir, Sofia sorriu.

- A Manu.

- Eu não vou ficar com ela.

- Por que não?

- Não quero.

- Bem, você não é obrigada a ficar. Mas nós vamos.

Vanessa bufou, revirando os olhos.

Palloma estava deitada ao lado de Bruna, em sua casa. Tinha passado o dia com ela, e dormido na casa dela.

A Bruna ainda dormia com seu braço por cima de Palloma. Totalmente nua, apenas coberta com o edredom.

Aquele não era seu lugar. Só o abraço dela que era seu lugar. Era onde ela devia estar. Só o abraço dela tinha cheiro de casa.

Palloma se afastou lentamente, não querendo acordá-la.

Olhou para o teto.

Seu pensamento estava nela.

Apesar do medo, apesar da insegurança, apesar de tudo, havia uma força que fazia com que Palloma quisesse ficar perto dela. E ela realmente queria. Mas não podia.

Não importava a Palloma se ela fizesse a Bruna sofrer, ou qualquer outra garota nesse mundo inteiro. Tanto faz as outras. Mas importava, se fosse ela. Ela.

''Sinto sua falta, morena. Mas não posso deixar que isso aconteça.''

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Branca Como A NeveWhere stories live. Discover now