Capítulo 32 - Você por perto

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– Eu preciso te falar uma coisa que eu tava tentando te falar faz uns dias mas não tava conseguindo... E hoje eu decidi, e preciso falar isso logo, tudo.

– Sou toda ouvidos. – disse, a olhando curiosamente, mordendo seu lábio inferior.

– Ta, então, é que... Desde o dia que a gente se esbarrou lá no restaurante, mesmo eu sendo grossa contigo pela primeira vez, mesmo fazendo birra, eu tinha sentido alguma coisa, que eu não sei exatamente o que foi, mas senti... Uma coisa especial, diferente. E eu tentei esconder fazendo aquilo. Eu passei o dia inteiro pensando em você. Quando você me fez a proposta de sair com você, por dentro eu tava dando pulos, berrando de alegria, eu tava surpresa, mas eu escondia. Quando eu te olhava o meu maior desejo era te beijar, provavelmente eu queria mais do que você. Quando aconteceu o primeiro beijo, eu senti tanta coisa ao mesmo tempo que nem posso dizer direito o que foi. Sua presença me faz bem, ver o seu sorriso me deixa feliz. Só por estar ao seu lado, assim, me deixa feliz. Você mexe comigo, diferente de todos. Eu tenho medo do que eu to sentindo. Eu sei que não é uma coisa boba, não é uma coisa digamos assim, passageira, sabe? E eu tenho medo do que pode acontecer depois... Eu to com medo até do que você vai falar depois disso. Mas ultimamente eu não to me importando com nada, porque quando eu vejo você sorrindo pra mim, quando eu vejo que só existe eu, ali, te dando carinho, beijos, só eu ali, abraçada com você... Eu me sinto, completa, talvez. Quando você vai embora, ou eu vou embora, por necessidade mesmo, dá um aperto, sabe? Porque o que eu mais quero, o tempo todo, é ficar do seu lado. Mesmo sem palavras, apenas você me olhando... Me faz sentir especial. E eu comecei a perceber isso tudo, faz um tempo, percebi que eu to completamente louca por você, percebi que eu quero cuidar de você como nunca, eu quero você, como nunca quis alguém, eu quero você perto. Eu quero você mais, eu quero que você seja minha de verdade, não isso, de ficar... Sabe? Não quero te dividir, não quero você com outras e afins... – disse isso tudo, vagarosamente, pausadamente, olhando nos olhos de Palloma. Abaixou seu olhar pras mãos. – Eu até poderia arriscar que eu possa estar te amando... – terminou e olhou-a novamente.

Palloma a olhava, paralisada, com a boca entre aberta. Ainda digeria tudo o que havia escutado da morena. A mesma a olhava nos olhos, a espera de alguma resposta, que por sinal, estava demorando para acontecer.

– É.. É.. E-eu n-nã-não- s... – Palloma começou, e gaguejava, sem deixar que Vanessa entendesse o que ela queria dizer.

– Calma... – pediu Vanessa, que agora a olhava nervosamente. Com um medo exagerado do que pudesse sair da boca de Palloma e entrar pelo seus ouvidos. Palloma abaixou sua cabeça.

Vanessa a olhou, fechou os olhos fortemente, respirando fundo sem seguida. Disse:

– Já entendi tudo. – virou-se, abrindo a porta do carro com o intuito de retirar-se do mesmo.

No impulso, Palloma aproximou-se, fechando a porta do carro novamente, não deixando que Vanessa saísse. Travou as portas.

– Deixa eu sair!

– Não!

– O que?! – aumentou o tom de voz.

Foi pra cima da morena, logo, dando-lhe um beijo. Vanessa mexia seus braços, tentando afastá-la. Sem sucesso. Enquanto mexia seus braços, Palloma os segurou, continuando a beijá-la. A morena foi parando de impedi-la, derretendo-se com o toque, com o gosto, a sensação...

Palloma retirou seus braços dos da morena e posicionou os mesmos em sua nuca. Beijaram-se até perderem o fôlego. Assim, afastaram-se lentamente, ofegantes.

Foi a vez de Vanessa abaixar a cabeça. Não sabia mais o que fazer, estava enrubescida, com vergonha de si mesma, por não ter resistido a uma coisa que na cabeça dela estava errado, afinal, ela tinha falado tudo, e a única coisa que Palloma tinha feito, era ter ficado calada.

– Olha pra mim... – pediu, erguendo a cabeça dela novamente, com delicadeza. – Desculpa... Não ter respondido, na hora. É que, eu não sabia o que falar.

– Pelo visto ainda não sabe, né?!

– É complicado...

– Por quê?

– Eu tenho medo... De me envolver demais.

– Se você ainda não percebeu, Palloma. Já nos envolvemos até demais. E agora não tem mais volta, aconteceu... – Palloma ficou em silêncio. – Me deixa em casa?

– Vanessa...

– Então deixa que eu vou sozinha. Abre o carro.

– Não... Eu vou te deixar...

– Bom.

Palloma ligou o carro e logo o colocava em movimento, em uma velocidade média. Em poucos minutos, pararam em frente a casa de Vanessa. A mesma abriu a porta, saiu e fechou, sem mencionar nada. Caminhou até a porta de casa, sem olhar pra trás. Bateu a porta de sua casa com força, o que fez com que Palloma fechasse seus olhos e percebesse a burrada que havia feito.

''Droga!'' – sussurrou. Logo se dirigia até seu apartamento.

Vanessa, assim que fechou a porta, foi correndo para seu quarto. Sua amiga não se encontrava em casa. Foi um alívio. Não teria que se explicar pra ninguém uma hora daquela. Jogou-se em sua cama.

''Nunca estive tão mal. Não quanto estou agora. O silêncio dela, foi o pior. É como se eu tivesse levado uma surra, por ser tão idiota, burra... E tivesse caído no chão, derrotada, humilhada, como nunca havia sido antes. Estou com vergonha, vergonha de mim mesma. Agora me arrependo! Fui muito estúpida! Só pelo jeito dela, já dava pra saber... E eu insisti, de tola que sou! Nunca mais vou atrás dela, não quero mais notícias dela, nunca mais! Porra!''

Pensava mil coisas referentes a Palloma, enquanto mares de lágrimas, escorriam por seus olhos, que agora ardiam, estavam vermelhos e inchados. Descarregava toda a dor, angustia, que no momento ali sentia. Chorava de soluçar. Adormeceu em meio ao choro.

Eram 16:00 da tarde, quando Vanessa abria seus olhos e encarava a cômoda que ficava um pouco mais a frente de sua cama. Lembrou-se. Fechou seus olhos, com força. Com o desejo de nunca mais ter acordado. Para sua infelicidade, isso não aconteceu. Virou-se na cama, tentando achar alguma posição melhor, queria dormir novamente, o quanto pudesse. Sentiu seu celular embaixo de si.

Se sentou na cama, logo pegando seu celular. Haviam cinco mensagens de texto de Palloma. Vanessa bufou, mas querendo chorar. Desligou seu celular e voltou a se deitar.

Palloma. Palloma agora, estava em seu apartamento, com o celular na mão e seu amigo ao lado. Seu queixo tremia, enquanto segurava o choro, agora arrependida.

– Não acredito Flávio, não acredito.

– Por que você não falou o que sentia, Palloma?

– Eu não posso Flávio! Ela vai me fazer sofrer.

– Tem certeza que foi ELA, que fez sofrer? – deu ênfase no ''ela''.


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Branca Como A NeveWhere stories live. Discover now