IX

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07 de janeiro, 1995

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Regulus Arcturus Black. Este é meu pai.

As lembranças de quando ele chamava pelo meu nome, de quando me abraçava invadem minha mente.

Embora tenha sido obrigado a se submeter em um casamento arranjado com minha mãe, ele nunca me tratou de uma forma diferente que não fosse a de eu ser a coisa que ele mais amava no mundo.

Mas esse amor matou ele, esse amor o fez aceitar a morte para me proteger.

Indiretamente, eu fui a causa da morte de meu pai, e nunca, jamais, serei capaz de me perdoar por isso.

Embora naturalmente não me lembre realmente dele, fico feliz com ele ter deixado suas memórias para que eu pudesse me lembrar dele todas as vezes em que imaginasse estar esquecendo-o.

Mal percebo que estou prestes a chorar, antes de Mattheo parar subitamente e colocar as mãos em minhas bochechas, pedindo desculpas.

— Não fique assim, Mat! — falo me recuperando e abraçando meu amigo. — Não tem problemas me chamar pelo primeiro nome.

— Eu realmente não queria tê-la feito se lembrar da dor, me perdoe Amélia! — sua voz sai como um sussurro, e então me abraça de volta.

— Não tem pelo o que te perdoar, Mat. És como um irmão para mim, não ligo que me chame pelo primeiro nome. — digo calmamente me separando do abraço.

Mattheo agora carrega um semblante feliz

— Realmente me considera como um irmão? — o garoto fala roucamente baixo, mas sou capaz de identificar a total felicidade em sua voz.

— Claro, Mat!

Mattheo, assim como eu, nunca teve o amor enquanto crescia. Então desde que nos conhecemos cuidamos um do outro, como irmãos. E então, em algum momento Pansy e eu nos tornamos amigas, e Theo se tornou o primo que eu sempre precisei ter, e assim nossa amizade foi fortalecida cada vez mais. Eles são minha família. E eu os protegeria até o fim de tudo.

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— Precisamos ir comer, Amélia. — fala Mattheo.

Já estamos na biblioteca há 4 horas, após me contar que planejavam fazer uma festa de aniversário para mim, Mat me pediu ajuda para estudar porções.

— Pode ir na frente, preciso ir no banheiro antes. — falo guardando minhas coisas.

Mattheo se despede com um aceno e começa a se locomover para fora da biblioteca.

Me levanto e imediatamente sinto tudo só meu redor girar, apoio minhas mãos na mesa, erguendo meu corpo para frente e em questão de segundos já me sinto melhor.

— Certo, eu preciso comer um pouco. — digo, soando mais como aborrecimento do que qualquer outra coisa.

I HATE YOU - Draco MalfoyWhere stories live. Discover now