015 | Flor de Sangue

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Santa Cruz
Bronstein Hills
Normal Valley
Cartel Miranda
Dia: 19/03/1995
3:30 da Manhã.

O grito estridente que saiu de sua boca foi impossível de não ser ouvido, e de todos os dias em que Marie passou no quarto de sua irmã não poderia ter escutado palavras mais estranhas

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O grito estridente que saiu de sua boca foi impossível de não ser ouvido, e de todos os dias em que Marie passou no quarto de sua irmã não poderia ter escutado palavras mais estranhas. Parecia ser latim e mais duas misturas de dois idiomas antigos. Era diferente de tudo oque um dia imaginou que pudesse acontecer. Elara estava em pé no encalço da porta, sem suas pantufas. Sua mente estava desligada, mais ela ainda sentia o frio gélido da madeira marrom perfurando sua pele e subindo cada milimetro de seu corpo, entrando em contato com os olhos azuis, a corrente de vento da janela escancarada pela brisa forte soprou seus cilios, beijando a pele alva macia.

Acordar as três horas da manhã já tinha virado rotina, mais como ela nunca havia tido pesadelos tão lúcidos como antes a ponto de falar outras línguas desconhecidas, Marie não sabia bem si se preocupava com ela com o seu cérebro e seu estado instável em que a mais velha se encontrava. Totalmente prejudicada emocionalmente depois da sua surpresa atormentável de lembranças e sentimentos que voltaram como um turbilhão de flechas em seu coração. Ela só sabia que estava sentindo algo que nunca sentiu antes por alguém.... E isso estava lhe assustando.

Ela sonhou com a pior coisa que poderia acontecer. O fim da porra do mundo. A escravidão dos seres humanos, sendo alvos de torturas constantes dos demônios. Eles estavam dominando a terra e Lúcifer já não estava mais no controle do seu poder. Ele estava fraco, apaixonado por uma detetive cuja o sobrenome é - Decker. O mais incrível, e no final das contas - estranho - disso tudo, era de que uma flor manchada por sangue aparecia no final. Mas não era qualquer sangue, era o dela. Especificando isso... chegou a conclusão de que, possivelmente, vai haver uma guerra no inferno, e todos os fantasmas que existem naquele poço de dor e caos, irão sair e assombrar a vida de todos.

Ela se assutou quando a mão de Marie tocou seu ombro. Dando um pulo da porta, ela abriu os olhos bruscamente, depois de tanto suor escorrer por seu rosto. O quarto ainda estava escuro, mas a luz solar que transpassava por entre o tecido fino da cortina azul iluminava uma parte do cômodo grande, espaçoso e aconchegante, mas parecia agora - vazio - sem a presença daquele fragmento radioativo fantasmágorico por quem - infelizmente - ela estava sentindo amor e saudade.

─── A porra do gasparzinho virou o amor da minha vida. ━━ ela deu uma risada baixa. Parecia louca, mas não estava louca.

─── Mimi, você... tá tudo bem? ━━ a voz de sua irmã estava embargada, em um tom quase silencioso.

Elara olhou para os dois lados da porta do quarto pensando que ele estava lhe espiando, mas não tinha corvos ali, e todos os corvos que lhe acompanhavam era seus olhos castanhos e seus ouvidos que escutavam tudo, até o mero, e baixo barulho, vindo do chão ou do céu. Ela sabia que ele estava mexendo com sua mente, mas não conseguia enxergar os motivos por trás daquilo tudo. Ele era tão loucamente apaixonado assim para espera-la por dois mil anos até sua próxima reencarnação? Ele era sim. Não tinha uma explicação exata para todas as respostas, até onde ela conseguiu entender, ele à amava e isso era tudo oque Elara precisava saber sobre sua intenções.

Tendo a amplitude de pensar nele daquela forma ela sorriu. Um lado mágico seu se acendeu. E como se tudo ao seu redor tivesse se tornado privado. Ela estava mais uma vez em sua mente, naquele escuro meio branco em tons de cinza, imaginando e esperando que a presença dele lhe pegasse de surpresa. Ao invés disso sentiu o cheiro de velas aromáticas perfumadas. Ela conhecia bem aquele perfume. Hécate, uma bruxa feiticeira, amada amante de Hades, a mulher a quem ele daria céu e inferno até a colônia do brasil de presente de natal embrulhado em mãos para ela. Uma isca fácil para uma Elizabeth, que estava hipoteticamente presente no corpo inócuo de Elara Miranda.

─── Meu filho tem certeza de que você será uma ótima esposa, mas será que está disposta a sacrificar a sua liberdade pela da sua irmã e do resto do mundo? ━━ ela perguntou, a voz complexa em um agudo atmosférico.

─── Mais que diabos... você está falando? ━━ ela perguntou tentando entender do porquê a mãe feiticeira das bruxas que faziam mágia da terra e mexiam com o oculto estava fazendo ali.

─── Eu sou a mãe do Michael. Adotiva, claramente, ━━ Hécate sorriu de forma doce. Os cabelos negros e lisos caindo sobre a touca arroxeada de seu vestido ─── Você é muito detalhadora querida. ━━ os olhos manchados de preto por dentre suas orbes a fitaram de cima para baixo ─── Talvez ele esteja certo. Você é a mulher perfeita, eu que não fui uma boa mãe... ━━ sua voz era de arrependimento ─── Bom, está na hora de reparar o meu erro. Quero que venha comigo quando estiver pronta! Apenas aceite essa flor, quando quiser me ver de novo, te levarei comigo para resolver as questões difíceis para suas perguntas interrogativas. ━━ ela evaporou em cinzas, sumindo do campo de visão.

Elara retornou novamente para o quarto. Marie estava chorando encostada no canto da parede abaixada com os joelhos perto da cabeça, as mãos escondiam o seu rosto e o mesmo estava descansando entre as pernas menores. Ela se agachou para verificar a pressão de sua irmã. Se preocupou com a elevação de uma febre que não estava lhe dominando a minutos atrás, Marie parecia bem, mas estava choramingando de dor, só não queria dar a percepção do tamanho daquilo.

Ela ficou assustada quando viu Elara desaparecer, mais se preocupou muito mais ainda quando viu a flor de sangue manchada em suas mãos. Espinhos acatando sua pele fina e a Mishel mais velha não estava a sentir aquilo lhe machucar. Enquanto aquela rosa branca estivesse com ela seria protegida automaticamente de todos os seres e criaturas que estavam atrás dela, querendo mata-la para obter sucesso em suas missões enviadas pelos esteros na intenção de manda-la para o inferno encontrar sua vocação, representada pelo dialeto como uma divida de vida com a morte e, o início de uma segunda guerra mundial no canto mais obscuro do planeta.

O sobrenatural sempre esteve presente em sua vida. Agora, mais do que nunca ela precisava descobrir do porquê foi escolhida para manter a ordem de Antares. Ler as histórias gregas e romanas que lhe encantavam desde muito cedo começou a se tornar o único caminho que ela poderia seguir. Literalmente disposta a enfrentar toda a batalha pela qual teria de passar. Elara Mishel Miranda representava toda aquela ordem do caos, e sem saber de muita coisa, ela era o principal motivo para os terríveis acontecimentos se anteciparem.

 Elara Mishel Miranda representava toda aquela ordem do caos, e sem saber de muita coisa, ela era o principal motivo para os terríveis acontecimentos se anteciparem

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