Ela estava exausta, e nada mais lhe impedia de desabar ali na frente daquela criança, sua cabeça estava lotada demais para impedi-la de chorar. Uma grande pressão foi aliviada e descarregada naquelas lágrimas ela gritava baixinho o que estava preso por tanto tempo.

Até retornar sua consciência, e se acalmar, conseguiu abrir seus olhos para olhar sua situação e a criança à sua frente. Ele não era ninguém da sua família nem alguém a quem devesse obediência, muito pelo contrário, mesmo assim, Azura, não deixou de reparar no quanto ele se esforçou para salvar a sua vida desde o início, mesmo sendo uma desconhecida. Agora perto o suficiente, sentia o corpo dele magro e frágil entre seus braços, a falta de um cuidado materno ou paterno era gritante e ensurdecia seus ouvidos. Para o bem da vila, os machucados recentes do garoto estavam cobertos.

"5... Ele só tem 5 anos".

A Uchiha repetia esse número na cabeça, como um cálculo que desse erro, não fazia sentido pensar em tudo que ele já teria passado, sendo tão novo.

Seria compreensível se fosse totalmente o oposto e no lugar desse coração tão puro e amável, tivesse algo rancoroso e amargo, mas não ele. Naruto, mesmo sozinho, não se deixou abalar pelo julgamento das outras pessoas e suportou tudo muito bem com um sorriso sincero no rosto, mesmo sendo apenas uma criança. Nem mesmo no patamar de prodígio como o dela, não conseguiria fazer algo parecido, no final ele era mais forte do que ela.

— A culpa é minha por você estar aqui, por favor me perdoa? — Naruto pede com a voz chorosa. Azura se separa do aperto da criança, após se certificar que já não havia lágrimas em seu rosto, Azura junta sua testa com a do Uzumaki.

— Eu vou arrumar um jeito de você ter uma vida feliz, ninguém mais vai falar aquilo com você, eu prometo. — Azura, abria seus olhos com cuidado só para gravar a imagem do garoto a quem dedicava aquela promessa.

Ele, sem saber o que fazer, nunca havia ouvido tais palavras. Era apenas uma criança que não poderia deixar de se agarrar a qualquer resquício de sentimento que encontrasse. O amor que nunca lhe foi dado ou demonstrado antes, estava quente e confortável naquele contato com ela e que sentia nas suas palavras. A verdade era que o garoto estava uma pilha de sentimentos e emoções novas que lhe deixam com um fundo de insegurança e medo, sua culpa não havia diminuído. Quando as bolas azuis começaram a lacrimejar em preocupação, Azura, o chama a atenção.

— Está tudo bem, logo vou sair daqui. — Dito isso, Azura, se afasta e sorri para ele. Suspirando, aliviado, sorri de volta e de repente lhe oferece algo que havia retirado de uma bolsa escondida dentro das suas roupas.

— Lámen? — Com os olhos fixos na embalagem de instantâneo, Azura estuda de cabo a rabo todo o rótulo, notando de primeira que havia passado da validade. Ela tentou recusar discretamente, mas foi logo calada pelo mais novo que derramava água quente na vasilha.

O calor repentino nas suas mãos espalha um sentimento bom que sobressaiu a fadiga que sentia a minutos atrás, sem se dar o trabalho de nomear isso, Azura apenas se rendeu e aceitou a oferta, comendo sem se importar com o gosto ou o que poderia acontecer depois.

Por horas seguidas, foram apenas aqueles dois, jogando conversa fora e se conhecendo melhor, principalmente Azura aproveitou a oportunidade para conhecer o garoto. Ela começava a entender um pouco mais sobre quem ele era, e a gostar do seu pequeno vício de linguagem, se permitindo sorrir a cada "Dattebayo" dito pelo Uzumaki. Ambos pareciam bem na companhia um do outro, mas isso não anula o perigo que corria se fossem pegos juntos ali, principalmente ele.

Em alerta, Azura ativou seu doujutsu no exato segundo em que sentiu um chakra próximo da cela. Como aquilo doía, doía muito, e isso estava estampado no seu rosto. Nem de longe Azura teria se recuperado, nem dos seus machucados mais antigos.

Amor estilo UchihaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora