Tom xingou.

Em algum lugar um sino tocou, ou talvez não fosse um sino, ele não conseguia mais distinguir muita coisa. Passos martelando sob sua cabeça...ou talvez fosse seu batimento cardíaco.

Dedos frios, fecharam-se em volta dos dele, puxando-os para longe de sua cabeça, pressionando com força, o toque ajudou um pouco, algo físico para afastá-lo da invasão mental.

- Harry, deixe-me ver.- a voz estava comandando, firme, e ele obedeceu instantaneamente, seus dedos se afastando. Ele podia ouvir um grito de horror vindo de algum lugar, mas sabia que não era da figura à sua frente.

Quem era...oh...oh sim. Era Tom. Por que Tom estava aqui? Isso iria machucá-lo também.

- Você tem sorte de eu não ser melindroso.- o herdeiro da Sonserina comentou, as mãos em seu rosto tornaram-se insistentes, não o deixando ser engolido pela escuridão pacífica.- Ok, olhe para mim, Harry, vamos lá, é isso, deixe-me ver aqueles olhos verdes brilhantes...- ele abriu um olho ligeiramente, o mundo girando ao seu redor.

- Lá vamos nós...- Tom disse, soando um pouco paternalista.

Harry queria dizer que não era criança, mas não conseguia encontrar as palavras.

- Se isso não é um ponto de ruptura, eu não sei o que é...concentre-se em mim, ok? Concentre-se em bloqueá-lo, lute contra isso, mas não o deixe entrar, você está fazendo isso?- a voz exigiu.

Quem era mesmo? Tom. Ainda era Tom. O que estava acontecendo?

Oh, sim, ele estava abrindo caminho na mente do garoto Potter, a criança insolente. Como ele ousa tentar fazer o Grande Lorde Voldemort de tolo. Parecia que Tom, o incômodo, havia deixado alguns vestígios de sua presença, mas nada que ele não pudesse superar. Ele era mais forte do que o adolescente que tinha sido...não.

Isso não estava certo.

Ele era Harry, não era? A raiva pulsava em sua corrente sanguínea, afeição também. Tom ainda estava bloqueando sua mente...haha...Tom Riddle, o guardião mental. Hilário.

- Tom?- ele murmurou.

- Quem mais seria?- Tom respondeu secamente. Ele teria respondido, mas a dor estava aumentando novamente.

Suas mãos dispararam para sua cabeça, apenas para serem agarradas e presas ao seu lado, ele lutou contra isso, mas não conseguia se mover, cercado por algo...braços...balançando-o levemente. Uma voz fria em sua cabeça.

Tão fraco. Tão patético. Não consegue nem proteger a própria mente...a audácia...vou matá-lo. Ele não queria matar ninguém.

- Harry, Harry, por favor, você tem que lutar contra ele...- Hermione também estava lá.

Quando Hermione chegou? Ela estava sendo muito alta, ela estava gritando? Alguém estava gritando?

Oh. Era ele. Quem mais estava aqui? Quem o estava segurando? Tom. Quando Tom chegou aqui?
Ha...Tom estava quase se dignando a abraçá-lo.

- Maldito seja você.- uma voz sibilou, perto de sua orelha, a respiração fazendo cócegas.- Você está mesmo tentando? Coloque um pouco de esforço nisso, seu preguiçoso. Você está arruinando minha reputação aqui...eu provavelmente pareço absolutamente ridículo...e você está sangrando por toda a minha camisa...são duas camisas que você me deve agora, você percebe...

Harry riu disso. A voz fria desapareceu ligeiramente.

- Ei, ele parou de gritar!- alguém notou, entusiasmado.

Parou de gritar? Então a felicidade era boa? Ser feliz significava não ter mais dor. Ele precisava ser feliz. O que...o que era ser feliz? Ele estava tão cansado.

- Ei, ei, pare com isso.- a voz estava de volta, exigindo.- Eu não disse que você poderia fazer uma pausa...não se atreva a desmaiar em cima de mim. Pense em todos os rumores que iriam circular se você desmaiasse em mim, você não iria querer isso, não é?

Não, ele não iria. Poderia ser muito engraçado embora. Ele sentiu o riso crescendo em seu peito. As pessoas pareciam terrivelmente interessadas em pensar que ele era gay. Mas ele não era...ele gostava de Cho. Cho era bonita. Cho chorou demais. Por causa de Cedrico.

Feliz...por que ele deveria estar feliz quando matou Cedrico? A voz em sua cabeça estava ficando mais forte novamente, agarrando suas memórias como se fossem uma corda.

Dor. Mas não dor mental. Uma dor diferente. O braço dele. Seu braço esquerdo. Estava queimando. Queimando como fogo.

A dor em sua cabeça estava diminuindo, diferente do calor...exceto que não havia realmente calor.

Havia...escuridão.

Por que sempre foi ele?

O Favorito do Destinoحيث تعيش القصص. اكتشف الآن