HOPELESS | BUCKY BARNES

05. ᴅᴇsᴏʀᴅᴇᴍ

— Não acredito que ele nos abandonou para ir pra lua.

Era isso que a mídia estava espalhando para as pessoas se sentirem mais seguras, que Steve Rogers tinha tirado férias para ficar longe de toda a confusão pós blip.

— Eu também largaria tudo para ir pra lua.

Ouvir aquilo fez meu sangue ferver, a verdade era outra.

— Que se dane a lua! — Falei em uma explosão de raiva.

Todo mundo parou de cochichar para me olhar e eu arrumei meu terninho no corpo tentando manter a postura.

— Você está bem? — Gale perguntou e eu balancei a cabeça de forma desesperada.

Eu precisava sair dali.

— O Capitão América não está aqui para salvar Nova Iorque mas eu estou. — Falei forçando meu melhor sorriso mas Gale parecia não acreditar em mim. — Prepare o pessoal. Eu vou ao banheiro retocar a maquiagem.

Assim que saí daquela sala eu finalmente pude tirar aquele sorriso forçado do meu rosto. Eu não conseguia acreditar que Steve Rogers ainda continuava me atormentando e agora aquele escudo idiota iria virar notícia pelo resto da semana e isso tiraria totalmente o foco da prisão de Wilson Fisk.

Lavei as mãos e passei a mão molhada atrás do pescoço tentando relaxar para mostrar que estava bem mas a imagem que refletia naquele espelho me dizia outra coisa.

DEZEMBRO DE 2012

— Você precisa de ajuda? — A voz calma daquele homem chamou a minha atenção.

Ver o Capitão América diante dos meus olhos parecia algo que eu pensei que só aconteceria nos meus sonhos já que para mim e para a maioria das pessoas ele havia morrido durante a primeira grande guerra.

— Está tudo sob controle, Capitão Rogers. — Falei tentando chutar o descanso da moto que estava emperrado.

— Como sabe quem eu sou? — Steve perguntou se abaixando e sem o mínimo de esforço ele empurrou o descanso da moto.

— Todo mundo sabe quem você é, Capitão América. — Falei estendendo a mão para cumprimenta-lo. — Selene, sou uma grande fã.

— Você trabalha aqui? — Steve perguntou olhando ao redor forçando sua vista por causa do sol.

— Digamos que sim. — Respondi enquanto caminhava ao seu lado no porta aviões da S.H.I.E.L.D

Steve parou de andar no meio do caminho olhando ao redor confuso como se tivesse tentando processar o fato que o Aeroporta-aviões estava de fato voando.

— Se ficarmos aqui fora em breve vamos ficar sem ar. — Falei chamando sua atenção. — Muita coisa mudou desde que você esteve congelado. Agora temos um presidente negro e mais de treze mil franquias de Mc Donnalds pelo país.

— Perdão?

— Esqueci que você foi congelado nos anos 40. — Falei fazendo uma careta por ter pisado na bola. — Te levo para comer um sanduíche quando pousarmos.