𝟑𝟗 | 𝐂𝐑𝐈𝐀𝐑 𝐋𝐄𝐌𝐁𝐑𝐀𝐍𝐂̧𝐀𝐒

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— Jogar o que? — Luanna e Lucas perguntam ao mesmo tempo com grandes interrogações na cabeça.

— Altinha — repete Dhio, fazendo uma careta de confusão, mas logo abrindo um sorriso. — Nunca jogaram?

— Nunca ouvi falar na verdade — informa Luanna com as mãos na cintura e o corpo tão lindo que eu até estou babando.

— É tipo um futevôlei, né, Gabi?

— É — limpo a garganta e tento não ficar secando a Luanna. — É um futevôlei sem a rede. Fica jogando a bola pro alto e não pode deixar cair no chão.

— Eu conheço só como futevôlei mesmo.

— Eu acho que já ouvi alguém falar Altinha — informa Lucas, coçando a cabeça. — Mas quando a gente vai pra praia, a gente fala futevôlei e todo mundo entende.

— Altinha é bem mais prático.

— É o termo — acrescento a fala de Dhio. — Ponto. No Rio tem termo pra tudo.

— Argh — Luanna revira os olhos. — Pra quem nasceu em São Paulo, 'cê até que é bem carioca, viu?

— Eu nunca te contei que nasci em São Paulo — cruzo os braços, sorrindo pra Luanna. — Andou me pesquisando, preta?

— Não sou tão leiga pra não saber que você jogou no Santos, Gabriel.

— Isso não quer dizer nada — informo, com um sorrisinho bobo na cara por saber que não é uma simples informação que a Luanna tirou do além. Ela sabe disso porque andou me pesquisando, querendo saber sobre mim. — Posso ter nascido no Rio e jogado no Santos, nada me impede.

— Tanto faz — Luanna dá de ombros totalmente sem graça com o assunto, agarra o braço de seu irmão e dá as costas para mim.

Ainda estou sorrindo enquanto os observo jogar.

Luanna me procurar na internet quer dizer muita coisa, né? Desde ontem, eu tenho conhecimento sobre seus sentimentos por mim. Mas ela pode ter dito aquilo por pena. Afinal eu abri meu coração naquele momento. Disse tudo que eu realmente sinto em relação a ela. Seria entendível se ela sentisse pena e não quisesse me magoar. Sei lá. Saber que andou fuçando a minha biografia só prova que seus sentimentos são verdadeiros.

E isso me deixa tão desnorteado, que eu facilmente posso ser considerado o homem mais feliz da porra desse mundo.

— É — Dhio se senta na cadeira ao meu lado com um coco na mão, que eu nem a vi comprando, e óculos escuros no rosto. — Parece que as coisas entre vocês andam muito bem, né?

— Sim — respondo, assentendio. — Bem até demais, eu diria.

— Ela aceitou numa boa o namoro? Se abriu pra você?

— Foi muito mais que isso, Dhio — respiro fundo, me lembrando da noite de ontem. Da forma como a Luanna falou o que sentia e de como isso me fez bem. — Porra,  nem sei como descrever o que eu senti ouvindo ela expressar seus sentimentos. 

— Nem precisa tentar — minha irmã ri de mim, sugando o canudinho. — 'Tá bem gritante nessa sua cara que as coisas estão boas demais.

— Nem parece real.

— Fico feliz por vocês. De verdade — ela coloca uma mão em meu ombro e me olha daquele jeito que sei que está orgulhosa. — O que vocês dois estão criando agora, juntos, vai ser essencial para o bebê. Deixar as coisas naturais. Mesmo que não tenha sido nada planejado.

Meu peito se aperta de repente só por lembrar do assunto mencionado. O assunto o qual ainda não foi muito bem conversado. Um assunto que é bem delicado.

HOTEL CARO ━ gabigolWhere stories live. Discover now