int - garoto espacial

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    Deitar contra uma enorme pedra, sentir a maresia emaranhar seus fios e a ventania os esvoaçar. Esse era o momento favorito de Peter, sentindo seu corpo tranquilo, leve e flutuante, em seu lugar seguro.
    Deveria odiar o ambiente, tendo em vista que não cresceu ali, nunca viu ou imaginou o universo de outra forma além do vazio e desesperançoso. A final, o que há de tão belo em estrelas?

    Seu pai insistia em ligar. A tela do telefone vibrava e acendia, mostrando o rosto e nome de: senhor papai Stark. Pete não queria o ignorar, apenas, não sentia que deveria atendê-lo. Seu descanso estava em jogo.
    Passou quinze anos no espaço, em um teste, atendendo suas ligações, e fazendo o que ele pedia a si. Agora, com dezessete, talvez ele devesse descanso ao filho.

— Ae, garoto espacial! De novo na lua? – era Wade. Jogou a mochila ao lado de Peter, e deitou com o corpo virado ao o alheio. — Achei que tivesse passado tempo de mais por lá.

— Eu também, mas as vezes sinto falta do silêncio que lá havia. – Peter costumava falar formalmente, não tendo crescido com ninguém de sua idade, era oque lhe fora ensinado. Wade costumava contemplar, mesmo as vezes, poucas vezes, não entendendo o que fala.

— Lembra quando nos conhecemos? Você me achou barulhento e disse que eu deveria calar a boca.

— Ainda acho que o silêncio cairia bem alguma vezes. Mas percebi amar sua voz, percebi sentir-me confortável, em paz. – declarou o pequeno Stark, levando seus dedos até dentre os fios lisos de Wade.

— Ainda te acho metidinho!

— Eu ainda lhe acho tagarela.

Garoto espacial - spideypool Onde as histórias ganham vida. Descobre agora