Capítulo 6

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|Heyoon Jeong|

Senti meus olhos pesados, mesmo estando fechados. Sentia uma dor quase insuportável, como se fosse uma cólica, só que pior. Não conseguia me mover, já que tudo doía.

Tentei abrir os olhos, fiz o máximo de força para conseguir, mas falhei. Senti um nó se formar em minha garganta e um medo desconhecido por mim me atingiu.

Tentei gritar, mas nada saiu. Tentei falar, mas não consegui. Eu não conseguia fazer nada.

Começava a me desesperar, quando senti uma mão leve em meu braço, em um carinho delicado. E então ouvi sua voz baixinha dizendo: "está tudo bem.".

Respirei fundo, sentindo meus pulmões se encherem de ar à medida que eu tentava me manter calma. E então eu finalmente consegui abrir meus olhos.

A primeira coisa que vi foi Sina Deinert. Ela estava com seu jaleco e estetoscópio no pescoço e me olhava com um sorrisinho.

— Olá. — Tentei responder, mas nada saiu. — Fique calma. É efeito do remédio, por isso você não está conseguindo fazer nada direito. Logo isso passa.

Suspirei e fechei meus olhos.

Queria perguntar sobre meu filho; sobre Josh; sobre minha saúde.

Mas eu não conseguia. Então, apenas segui quieta e com meus olhos fechados.

Algum tempo depois eu abri meus olhos outra vez. Ela ainda estava ali comigo, me olhando, como quem me analisasse.

— Oi — murmurei com a voz falha e ela sorriu.

— Como você está?

— Sinto dores, mas estou bem — respondi, fraca. Eu estava muito melhor que antes.

Olhei para minha barriga e depois voltei a olhar Sina. Seu sorriso foi sumindo aos poucos.

— Meu filho...?

— Isso é um assunto delicado — falou, calmamente. — É melhor você descansar e depois conversamos. — Neguei rapidamente.

— Quero saber o que aconteceu.

— Heyoon...

— Por favor — pedi e ela suspirou.

— Você entrou em trabalho de parto e era extremamente perigoso. — Sua voz era baixa. — Teríamos que escolher entre sua vida e a vida de seu bebê.

— O que? — Ela me olhou com pena.

— Recorri ao pai da criança — continuou —, ele precisava escolher entre sua vida e a vida do bebê.

— Então... Meu filho... Ele...

— Seu filho faleceu, Heyoon. Eu sinto muito. — Abri um pouco a boca e senti meus olhos marejar. — A boa notícia, é que você está bem e logo receberá alta — murmurou.

— Josh me escolheu... — falei avoada.

— É... Não. — Olhei Sina, confusa. — Ele não te escolheu. Ele falou para salvar a criança. Na verdade, ele parecia muito confiante nisso. Não fraquejou na resposta nenhuma vez, desde que eu perguntei se ele tinha certeza disso.

Meus olhos, que já estavam cheios de lágrimas, arderam.

Como assim meu marido falou com confiança que não iria me salvar?

— Salve o bebê — ordenou.

— Você tem certeza disso, senhor? — Sina perguntou temerosa.

— Sim. Não há dúvidas. Eu quero o meu filho vivo.

— E sua esposa?

— Nós não estávamos bem mesmo. — Deu de ombros. — Mate-a.

— Senhor, eu preciso que você realmente tenha certeza disso. É uma escolha muito... Difícil. E, como a enfermeira disse, vocês podem ter outro filho futuramente.

— EU QUERO O MEU FILHO VIVO, OUVIU?? — gritou. — Eu farei papel de pai e mãe, ou arrumarei uma mãe para ele. — Sorriu perverso.

Sina estava boquiaberta. Ela olhou para seus ajudantes, e todos estavam da mesma forma. Josh se retirou da sala, após ordenar outra vez que era para salvar seu filho.

A essa altura eu já chorava. Ouvir isso me machucava e magoava muito, e saber que meu filho não estava comigo, apenas piorava a situação.

— Eu tomei a frente em desobedecer ele — falou baixo. — Não te mataria assim. Não deixaria você morrer.

— E então matou meu filho? — indaguei em lágrimas.

— Eu... Eu sinto muito por isso, Heyoon.

— Você não tem o direito de opinar sobre isso!

— Você deveria estar me agradecendo!

— VOCÊ MATOU O MEU BEBÊ! — gritei.

— O SEU MARIDO MATOU SEU BEBÊ! — respondeu no mesmo tom. — Ele com a grosseria dele, com as brigas, ele não cuidando de você como deveria. Ele não foi um bom marido, acha mesmo que seria um bom pai?? Ele foi o culpado de você perder o bebê, Heyoon.

— Pare de falar isso dele! — ordenei.

— Você está defendendo um cara que pediu para que você morresse sem nenhuma mágoa?! — indagou incrédula. — Ele não liga pra você, não se importa com você, para de se iludir com aquele homem! Ele iria deixar você morrer!!!

E então eu caí em um choro forte. Coloquei as mãos em meu rosto e chorei. Soluçava. Tudo doía, tanto fisicamente, quanto emocionalmente.

Perdi meu filho; meu marido não se importava comigo; eu estou viva e meu filho morto, isso era injusto!

Sina suspirou, e senti seus braços nos meus, em um abraço. Ela me apertou devagar, com cuidado, como quem estava segurando algum vidro que pudesse quebrar.

Delicadeza era a palavra.

— Ele não te escolheu, Heyoon — sussurrou —, mas eu, sim.

Eu ainda chorava.

Por que isso estava acontecendo? Por que eu me sentia segura nos braços da minha médica e não do meu marido? Por que ele nem sequer pensou na minha vida? Por que ele disse tudo aquilo que Sina contou? Por que meu filho estava morto?

E, a pergunta que mais estava na minha mente: por que Sina estava fazendo isso?

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