– O que tem nós? – Gina virou o rosto de lado, compreendendo Harry apesar de tudo. Como ele a adorava por ser tão fácil de se conversar. – Não precisa parecer tão nervoso. – Ela fez uma careta e o tocou no ombro, oferecendo um sorriso pequeno e doce.

– Precisamos... terminar. – Harry pronunciou finalmente, pois sabia que demorar só pioraria sua situação. Gina ergueu as sobrancelhas e o encarou como se ele devesse explicar. Era difícil terminar um relacionamento que sequer havia começado adequadamente e ainda mais difícil explicar as coisas, complicadas como eram.

– Você pode elaborar? – Ela cruzou os braços, um pingo de irritação afastando sua persona suave.

– Desculpe. – Ele engoliu e respirou fundo para falar. – Eu sei que não é justo. Você é perfeita, mas... é só...

– Isso tem a ver com... Você Sabe Quem? – Ela se empertigou, a expressão completamente irritada. – É alguma merda sobre você tentar me proteger? Porque eu posso me proteger muito bem sozinha...

– Não. – Ele interrompeu em pânico. – Não é isso. Eu não ousaria pensar algo assim. – Ele pensou que isso melhoraria o humor dela, mas na verdade sua raiva apenas pareceu se tornar tristeza.

– Tem outra pessoa? – Ela perguntou olhando-o nos olhos e Harry congelou no lugar, sem saber como responder. – Quem? – Gina pareceu duas vezes mais magoada.

– Não importa. – Harry poderia mentir e dizer que não havia mais ninguém, que era apenas qualquer outra coisa, mas sabia que isso seria pior de alguma maneira.

– Não importa? – Gina repetiu baixo e incrédula.

– Não é recíproco, então... – Harry sabia que sua expressão estava combinando com a dela em desânimo agora.

– Então... Está me trocando por alguém que sequer devolve seus sentimentos? – Os olhos dela brilhavam um pouco e Harry se sentiu inferior a Voldemort no quesito formas de vida indignas.

– Eu sei que é burrice. – Ele sorriu involuntariamente. – Trocar a garota perfeita por um "talvez" extremamente problemático, mas eu não posso seguir mentindo para você ou para mim. – Ele alcançou as mãos dela, temendo que ela recuasse, mas ela não o fez. – Eu só não queria perder sua amizade.

– Harry... – Gina soou consoladora e o abraçou, o que era injusto, visto que ela era aquela que foi decepcionada, não ele. – Isso não é algo que possa ser mudado assim. É claro que somos amigos. – Harry a abraçou de volta, tocando suas omoplatas com cuidado. – Mas não agora. – Ela concluiu.

– Hm? – Harry ficou confuso quando o tom dela voltou à seriedade total e se afastou para olhá-la.

– Eu também tenho meu orgulho. – Ela corrigiu sua postura. – Vou precisar de tempo para lamber as feridas, se é que me entende. – Harry estremeceu ao lembrar que a havia machucado. – Mas acho que já imaginava... – Ela continuou. – Desde o meu terceiro ano... Não sei... – Ela levou a mão ao queixo pensando. – Eu pensava que estava imaginando coisas. – Harry não sabia que estava corando, mas ela riu imediatamente ao vê-lo. – Então eu não estava imaginando.

– Desculpe... – Ele repetiu baixinho, envergonhado por ter sido lido facilmente como um livro infantil.

– Não se desculpe mais. – Ela olhou ao redor como se tivesse outro lugar no qual preferisse estar. – Você sempre segue seu coração. É o que eu mais gosto sobre você, então não tenho do que reclamar. – Gina deu de ombros. Harry sabia que ela estava forçando essa compostura, mas o melhor era lhe permitir sua saída graciosa. – Então, até mais. – Ela se aproximou e o beijou no rosto, antes de olhar com desagrado para algo atrás de Harry e sair da sala.

Um voto inesperadoWhere stories live. Discover now