cinquenta e quatro

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Yasmin narrando (bônus pra sofredora)

Se passou um dia depois que o Jorge nasceu e eu finalmente fui liberada

Lili cantou, graças a Deus

Mayara que veio me buscar e agora estamos indo pra casa dela, Matheus tentou me ver ontem mas eu não quis e ele me mandou um recado dizendo que mesmo eu não querendo eu ainda sou mulher dele

Matheus pode falar o que quiser mas a palavra final ainda é minha, e ela não vai ser do jeitinho que ele espera

Conversei com a Dandara e o Renan ontem mesmo, pedindo a ajuda dos dois pra eu sair daqui e os mesmos já estão se movimentando pra isso acontecer

Eu amor esse morro, amo demais mesmo mas sei que no momento aqui não vai ser o melhor lugar pra mim

Pensei muito até chegar nessa conclusão, chorei em pensar que não vou ver a minha irmã todos os dias, que as meninas vão ter que contar as novidades pelo whatsapp pra mim, que sempre que a Pietra vier eu não vou ver ela....são sacrifícios que me machucam muito

Mayara abraçou a ideia e tá me apoiando muito, ela sempre disse que eu era esperta demais pra continuar presa com o Matheus

Sempre soube que ela estava certa mas nunca tive coragem o suficiente, e também tinha aquele detalhe de eu amar demais o Matheus

Coisas que ficaram no passado

Paramos na frente da casa da minha irmã e eu suspirei aliviada, não aguentava mais aquela cama dura e nem as comidas sem gosto

Mayara: me dá aqui o meu afilhado- ela fala assim que abre a porta do carro pra eu descer

Entrego ele com todo o cuidado pra ela e logo depois eu desço com dificuldade, Negueba pegou as nossas coisas e entramos na casa deles

Subi a escada com a ajuda do Negueba, ainda tô com dor e sangrando, não era pra ele vir ainda

Jorginho nasceu três semanas antes do esperado , oito meses ainda, graças a Deus ele veio saudável e com saúde

Assim que entramos no quarto eu suspirei aliviada, Mayara fez o Negueba sentar com o Jorge e a mesma entrou no banheiro comigo

Ela me ajudou no banho e finalmente eu lavei o meu cabelo, já dava pra fritar um ovo com tanto óleo 

Quando eu finalmente deitei na cama faltei gritar de tanta alegria, finalmente tô em casa

Não é a minha, mas tá valendo

Eles saíram do quarto com o Jorge me deixando sozinha, aproveitei pra chorar tudo o que eu não consegui nesses dias

Matheus não merece nenhuma lágrima minha, eu sei disso, mas saber que o pai que eu escolhi pro meu filho é um merda completo me deixa quebrada

Eu sei que por enquanto eu vou ter que ficar na casa dele, já que o mesmo falou que só iria deixar eu ficar na casa da minha irmã por dois dias e se eu não saísse ele ia entrar pra me buscar

Renan entrou na briga falando que se ele encostasse em mim ou na Mayara, os dois iriam se resolver de outra forma, foi a primeira vez que eu vi o Matheus ficar calado com alguém enfrentando ele

Aos poucos o sono foi tomando conta do meu corpo até eu sentir os meus olhos pesarem

......

Acordei sentindo o meu corpo ser puxado, abri os olhos enxergando o Matheus, sem camisa e com uma cara nada boa

Yasmin: o que foi caralho? Me solta- falo tentando me afastar dele, o que não funcionou

Jacaré: bora pra casa, anda- ele me joga no chão e eu sinto as minhas costas latejarem

Mayara: que porra é essa?- ela pergunta aparecendo na porta do quarto com cara de sono- o que você tá fazendo na minha casa?

Jacaré: vim buscar a minha mulher e o meu filho, cadê ele?- respirei fundo me levantando

Yasmin: o filho é meu, Matheus, e ainda não se passou nem um dia

Jacaré: foda se, mudei de ideia- ele passa o dedão na ponta do nariz e começa a andar igual um louco pelo quarto- vamos embora

Yasmin: eu não vou sair daqui- me sento na cama e olho pra minha irmã que já estava com o celular no ouvido

Jacaré: se tu não levantar eu vou acabar contigo aqui mesmo- engulo em seco sentindo os meus olhos arderem

Yasmin: pra que você me quer lá cara? Tem a Lívia e a metade do morro deitando com você- falo sentindo o choro vir- me deixa viver em paz

Jacaré: tu só vai viver em paz no dia que eu morrer- sinto o meu coração acelerar de ódio

Negueba: qual foi irmão? Tá fazendo o que aqui?

Jacaré: não se mete não que o papo é com a minha mulher

Negueba: tu tá na minha casa, vem botar banca não caralho, mete o pé daqui

Jacaré: o morro é meu, porra

Negueba: que se foda, se tu não for, eu vou te colocar pra fora- ele fala dando ênfase no eu

Jacaré: jaé, vem- ele fala indo na direção do Negueba

Pior merda que ele fez, já viram algum drogado brigar bem? Pois então

Negueba foi pra cima dele dando vários socos no rosto do mesmo, Matheus deu alguns nele também mas a maioria ele errou

Quando o Renan chegou já tinha sangue escorrendo do rosto de ambos

Barão: sai caralho- ele fala entrando no meio e separando os dois, com um pouco de dificuldade

Jacaré: tu acabou de assinar o teu atestado de óbito- ele fala apontando pro Negueba

Negueba: pode atirar irmão- olho pra Mayara que estava chorando quieta em um canto, nós sabemos que em relação a isso, Matheus não fala brincando

Barão: ninguém vai atirar em ninguém não caralho, tão maluco? Se fuder- ele se vira pro Matheus e empurra o mesmo na direção da porta- vaza daqui, tá cheirado pra cacete

Jacaré: só vou sair com a minha mulher e o meu....

Barão: seu nada, vai logo- Matheus me olhou e eu senti todo o ódio que ele estava sentindo

Assim que ele saiu eu fui até a minha irmã, abraçando a mesma

Minha cura {M}Kde žijí příběhy. Začni objevovat