𝐘𝟕: The Depths Of Fall

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"É preciso cair para ascender".

Acordei suando frio. Desesperada e com a garganta seca, saí da cama aos tropeços e corri até a cozinha da barraca em busca de um copo. Assim que encontrei um, enchi-o de água até a borda e bebi tudo de uma vez. Não serviu. Insatisfeita, fui repetindo o processo até que ficasse.

Minhas mãos ainda tremiam quando os braços fortes de Harry envolveram meus ombros. Estava escuro, o que significava que ainda não amanhecera. Quase tomei um susto com sua presença repentina, mas me acalmei bastante quando percebi que era meu namorado.

— Pesadelo? — perguntou, dando um beijo em minha têmpora.

— Aham — confirmei. — Desculpe por ter te acordado. Não foi minha intenção.

— Não tem problema, também tive um sonho. Quer conversar sobre isso agora, ou prefere deixar para lá?

Pensei por uns segundos antes de responder. Não adiantava tentar esconder as coisas de Harry, e eu me sentia muito mais confortável falando com ele sobre o assunto que se tivesse que esperar para dizer a nossos amigos. Especialmente depois da briga que tivemos com Ron, no dia anterior.

Ele estava sendo grosso com Mione a respeito de sua culinária. Ficou reclamando da comida, dizendo que tínhamos que nos contentar com pouco. Falei que ele deveria ser mais grato, considerando que não estávamos passando fome. Um jantar ralo era melhor que nada. Ron nunca queria entender: disse coisas horríveis, usando o medalhão de Slytherin. Só tirou-o do pescoço quando Hermione debrulhou-se em lágrimas.

Depois, cada um seguiu para um canto; exceto Harry e eu, que fomos dormir na mesma cama. Assim, podíamos fazer companhia um ao outro, jogando conversa fora até que o sono chegasse.

Fomos à vila que Hermione sugerira, mas nada encontramos. Nem Horcrux, nem suprimentos. Ficamos instalados lá por uns dois dias, nos alimentando de ervas, de cogumelos e de frutas silvestres, até que decidimos sair andando rumo à cidade seguinte. Era pequena, e, novamente, mostrou-se inútil.

Isso não contribuiu para a felicidade de Ron, que a cada dia parecia mais ranzinza. Com o passar das semanas, já em outubro, nossas buscas infrutíferas o incitaram a descontar na gente. No começo, revidei. Só que era difícil. Quanto mais falávamos, mais parecia que ele queria brigar. Portanto, após nosso desentendimento recente, prometi a mim mesma que faria um esforço para não dar importância às suas implicâncias.

— Agora — respondi.

— Tudo bem — ele deslizou as mãos para minha lombar, fazendo-me ficar de frente para ele a fim de que pudesse olhar em seus olhos. — Foi a Morte de novo?

— Não — respondi. — Sonhei com Regulus.

— Seu tio?

— Sim. Estávamos no Lago dos Inferi, e ele disse que eu deveria pular. Perguntei por quê, e Regulus respondeu que havia uma espada no fundo do lago. A princípio, achei que ele estivesse se referindo àquele no interior da caverna... Mas não sei. Regulus mencionou que os lagos da Escócia estão conectados uns aos outros. Suponho que aos do Reino Unido também. Quando ele me empurrou na água, disse que eu estava destinada à Morte. E então acordei.

Harry pareceu contemplativo.

— Você acha que Regulus estava se referindo à espada de Gryffondor?

— Tenho certeza. E se o que ele afirmou for verdade, podemos supor que quase qualquer lago do Reino Unido contém a espada. Acho que podemos descartar o dos Inferi. Seria óbvio, e sei que a teríamos visto, caso fosse verdade, quando fomos com Dumbledore em busca do falso medalhão de Slytherin.

𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potterOnde histórias criam vida. Descubra agora