Capítulo 1 - Estrelinha, Eu Não Queria Ser Você

Почніть із самого початку
                                    

Como posso fazer isso quando tudo que sinto por ela é nojo?

Porém eu não estava preparado pro que vinha a seguir.

Ela morde minha língua com uma força que eu achei por alguns segundos que iria arrancá-la.

Grito e tento me afastar.

Quando ela me solta eu caio para trás com a força que estava fazendo para me afastar. Começo a tossir me engasgando com meu próprio sangue, minha língua está queimando e minha vista está cheia de pontos coloridos pelo sufocamento da coleira.

Mas há algo ainda pior: A visão de seu rosto é assustadora.

Ela está com um sorriso cruel, e há uma grossa camada de sangue escorrendo pelo canto da sua boca.

Eu a encaro tremendo, com medo. Eu não apenas errei no beijo, como me afastei dela.

As consequências serão severas.

- Ah... Meu amor... Você não aprendeu nada, não é? - Sua voz fria como o gelo entrega o que ela fará.

- Me perdoe, eu não quis... - Começo a tentar argumentar.

- Claro que não quis... Mas tudo bem. A mamãe tem paciência pra te ensinar, meu vermezinho.

- Não... Mamãe, por favor. - Começo a implorar, mas é outro erro.

- Shhh... Você vai aprender, querido. Vai aprender a ser como ele. - Diz sorrindo deitando a cabeça de lado.

Ela vai até a parede, onde há sua coleção de chicotes e pega o que possui uns dentes na ponta, como se fossem espinhos.

Eu começo a me desesperar porque quando ela me castiga com esse, eu não posso nem ir à escola, porque não há nem como esconder os ferimentos que ela causa.

Me encolho na parede.

Porém ela segura minha coleira e me ergue para que eu fique de pé, diante dela.

Tudo bem... Só aceite seu castigo e seja bom. Logo isso termina. - Minha mente me alerta.

Temos quase a mesma altura apesar da diferença de idade. Ela é baixa.

Ou talvez eu seja alto...

Ela sorri, beija minha testa e depois lambe o sangue que escorre pelo canto de meus lábios, proveniente do ferimento em minha língua que ela mesma causou.

- Eu te quero tanto, meu filho... Ninguém vai querer você mais do que a mamãe. Sabe disso, certo? - Diz como uma louca.

- Sim, mamãe. - Afirmo para deixá-la contente, pois sei que é o que ela gosta. O ato de falar atenua a dor em minha língua.

Por que eu tenho que passar por isso? Por que eu tenho que sofrer assim?

Eu só queria ser acolhido depois de ser abandonado sempre por todos e quando achei que tinha encontrado algum ponto de conforto, alguém que me amaria e cuidaria de mim...

Sinceramente isso é horrível, doloroso, doentio. Eu não quero passar por isso, eu... Só queria parar de sofrer.

Então com um sorriso nos lábios ela me acerta a primeira vez. As pontas do chicote rasgam minha pele e eu sinto o exato momento em que perfuram minha carne e a arrancam na lateral do meu corpo.

Mordo o lábio para conter o grito. Quase engasgo com o sangue do ferimento da língua.

O segundo golpe quase arranca de mim um grito, foi com mais força e na região da barriga.

Desejo Sombrio Where stories live. Discover now