「 𝟑𝟔 」𝐏𝐑𝐎𝐌𝐄𝐒𝐒𝐀𝐒 𝐃𝐄 𝐒𝐀𝐍𝐆𝐔𝐄

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— Eu deveria agradecer aos deuses por você estar tão calado — a doce voz preencheu os ouvidos de Aemond — Mas seu silêncio é infernal, então comece a falar suas asneiras e me dê motivos para me irritar com você. 

Aemond tentou se levantar novamente, e mais uma vez, foi empurrado de volta em direção a cama.

Sentada em uma cadeira de madeira ao lado, totalmente atenta a quaisquer ações do príncipe.

— Você está machucado. Se levantar agora a ferida por infeccionar e você pode morrer — Alyssa resmungou, irritada mas não tão ranzinza como de costume — Não que eu me importe com você, mas se deseja se matar, eu lhe dou uma adaga e você fará isso mais rápido do que pegando uma infecção.

O príncipe não respondeu, ele tentou se sentar novamente e não foi mais impedido.

Alyssa apenas revirou os olhos, vendo que seus esforços para manter Aemond deitado foram em vão.

Cretino teimoso — a princesa resmungou.

Aemond passou as mãos pelo seu peito nu, que estava enfaixado por tecidos medicinais. Ele sentiu seus ossos tremerem de dor, sua cabeça pesar e por um segundo, pensou que iria desmaiar novamente.

— Quanto tempo eu fiquei desacordado? — ele perguntou, com a voz rouca.

— Dois dias, chegou aqui anteontem antes de escurecer, mas desmaiou — Alyssa respondeu, sem rodeios.

O príncipe observou o ambiente ao seu redor, viu pelas largas janelas de pedra o sol brilhante que havia sentido em sua pele quando despertou.

Mas então ele encarou Alyssa novamente.

— Quem me tratou? — perguntou Aemond.

A Velaryon intercalou seu olhar entre o príncipe e suas feridas, sem expressão. Ela notou o quão atordoado ele estava, imediatamente, pensou que ele estivesse bêbado e por isso confuso demais para saber o que estava acontecendo.

Talvez, por conta da bebida, teria se metido em uma briga e saído para voar bêbado em Vhagar.

— Foi o Mestre Killon, ele que cuida dos assuntos de Pedra do Dragão na maioria das vezes. E é o curandeiro oficial da ilha — respondeu Alyssa, vendo a face de Aemond formar uma careta com a palavra curandeiro.

O príncipe, por sua vez, apenas soltou um grunhido de desgosto. Oldin, ele havia matado Oldin na noite anterior.

— O que aconteceu? O treino ficou pesado demais? Se meteu em uma briga de bar? — Alyssa questionou, simples — Não entendi o motivo de sua presença na ilha.

Na mente da princesa, nada que Aemond dissesse tiraria seu bom humor naquele dia, por tanto, ela perguntou sem medo.

A mente de Alyssa estava extasiada pelas cartas que recebeu de sua família dois dias atrás, com a garantia de que eles estavam bem. E que poderiam chegar a qualquer momento.

— Você não soube? — foi tudo o que Aemond conseguiu perguntar, num sussurro quase inaudível.

— Soube do que? — Alyssa ergueu uma de suas sobrancelhas, inocente.

O bom humor, o maldito bom humor.

— Você tem centenas de espiões na cidade e nenhum deles serve para lhe informar o que está acontecendo, porra? — Aemond esbravejou, nervoso.

Alyssa rapidamente sentiu a raiva inflar seu peito, largando a crença de que nada poderia afetar seu dia.

— Será que dá para parar de prolongar? Me diga logo o que está acontecendo! — a princesa resmungou, no mesmo tom que Aemond — Quando eu estava em Porto Real, as cartas vinham diretamente para mim. Mas não é assim em Pedra do Dragão, primeiro elas vão para Dorne e depois chegam aqui! Demora cinco dias para que eu as tenha em mãos.

PRINCESS OF CHAOSWhere stories live. Discover now