𝐆𝐚𝐯𝐢 𝐞 𝐆𝐚𝐛𝐢.

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Gabriela Carvalho.
Barcelona, Espanha.

(dia do karaoke ainda.)

-Devíamos ir dormir.- Falei olhando pro céu.

- Não quero dormir ainda.- Gavi me respondeu.

É ali estava eu. Conversando a no mínimo 3 horas seguidas com o garoto que eu era obcecada a pouco tempo atrás.

- Gosto de conversar com você.- Falei e olhei para o lado.

Estavamos deitados naquelas cadeiras de tomar sol e Gavi estava bem do meu lado.

- Eu gosto de escutar o que você tem pra dizer. Normalmente você fica animada falando do que gosta.- Ele falou e eu suspirei.

- Não me fala coisas bonitas Gavira.- Pedi.

- Só estou falando a verdade.- Ele falou, eu queria acreditar.

Não respondi ele. Apenas voltei a olhar pro céu, senti a mão dele procurar a minha e logo entrelaçar elas. Eu estava ferrada. Após alguns segundos recebendo um carinho na mão, eu falei:

- Queria poder acreditar em você. Sei que tipo de garoto você é Pablo.

- Não fala o que não sabe Gabi.- Ele falou e eu olhei denovo pra ele. Percebi que ele ja me olhava, sequer tinha desviado o olhar.

- Eu não estou te julgando Pablo, não precisa ficar ofendido. Eu sei que você vai ser um ótimo amigo.- Falei e ele negou com a cabeça.- Não dificulta Gavi.

- Deixa eu provar que você ta errada, por favor.- Ele pediu, seu olhar não vacilou. Pelo contrário, transmitia a mais pura verdade.

Vi ele se ajeitar na cadeira e se aproximar um pouco mais de mim. Me ajeitei também e continuei olhando para o moreno. Vi sua mão ir para minha bochecha.

- Por favor Gabi.- Ele pediu novamente.

Selei nossos lábios sem ao menos pensar. Todos ja tinham ido dormir e apenas a lua nos observava.

Gavi me beijava com delicadeza, eu momento algum ele ultrapassou algum limite. Nossas línguas estavam em sincronia e eu sentia como se tivesse tomado 2L de energético.

Pablo separou nossos lábios e me olhou tentando controlar sua respiração. Vi ele se levantar e sentar na mesma cadeira que eu, novamente iniciamos um beijo e dessa vez parecia mais necessitado. A mão dele passeava pela minha cintura e eu arranhava seu pescoço as vezes.

Ficamos ali nos beijando, à luz do luar, no silêncio da madrugada e nos braços um do outro.

- Você não tem ideia de quanto tempo eu estava esperando por isso.- Gavi falou quando separamos o beijo.

Me deitei na cadeira abraçada com ele e fiquei fazendo carinho nele. Estava quase dormindo lá, ssu corpo me esquentava e o perfume dele praticamente tinha se tornado um sonífero.

- Daqui a pouco vai amanhecer.- Falei percebendo a mudança do céu.- Não dormimos nadinha.

- Gabi.- Pablo me chamou.- Você quer contar isso para nossos amigos?

- Podemos deixar em segredo por um tempo, até a gente se conhecer mais. Não quero ter pressão externa.- Falei e ele concordou.

- Quero te levar no meu restaurante favorito.- Ele falou e eu sorri.- O que acha de irmos amanhã, no intervalo da sua aula.

- Eu topo. Quero ver se você tem bom gosto.- Falei e ele riu.

- Tenho muito bom gosto ta.- Ele falou e me deu um selinho.

- Estou ficando com sono.

- Dorme em mim.- Gavi ofereceu e eu neguei.

- Podemos assaltar os armários de ferran e pegar alguma comida? Doce de preferência.

- Claro que podemos.- Ele falou e eu sorri.

Levantamos da cadeira e voltamos silenciosamente para a casa. Gavi me guiou até a cozinha onde tinha uma dispensa e entramos lá. Era bem apertado para duas pessoas mas demos um jeito. Fiquei na ponta do pé pra pegar um pacote que estava mais em cima e escutei Gavi engasgar.

- É.. Gabi.- Ele me chamou e eu ignorei, continuei me mexendo para alcançar o pequeno pacote.- Gabriela para de se mexer por favor.

- Por que?- Perguntei. Não estava entendendo ele.- Eu so queria pegar o negócio ali

- Gabriela a sua bunda tava esfregando bem no meu pau.- Ele falou nervoso e eu senti minhas bochechas queimarem.

- Desculpa.- Falei e ri de nervoso.- Você pode pegar então?

Ele concordou e pegou o pacote de bolachas que eu pedi. Com isso e mais algumas outras coisas voltamos pra parte de fora da casa e ficamos ali comendo e conversando. Pra minha sorte ele não comentou mais sobre o incidente na dispensa.

Gavi e eu ficamos ali vendo o nascer do sol. Vez ou outra ríamos um pouco alto, mas ninguém escutava.

(...)

(encontro de segunda).

- Você avisou Kiria?- Gavi me perguntou e eu neguei.

- Apenas falei que ia estar ocupada. Mas ela ja sacou que estamos diferentes.

- So ela pelo visto.

Ja estavamos no restaurante, Gavi disse que ali não iriam tirar fotos da gente e também fez questão de escolher uma mesa mais afastada.

Fizemos o pedido e agora bebiamos um suco enquanto a comida não chegava.

- Inclusive, por que arquitetura?- Ele perguntou.

- Eu sempre soube que nunca faria gastronomia. Quando fiz 12 anos ganhei um kit de desenho da minha madrinha. Desde aquele ano eu passei a desenhar, eu gostava de olhar pela janela do meu apartamento e desenhar o que eu via.- Comentei.- Meus pais achavam que era um hobbie e me colocaram em uma aula de desenho, quando fiz 18 anos fiz os vestibulares no Brasil e consegui entrar na faculdade de arquitetura, mas logo soube que Kiria viria para Barcelona, então dei meu jeito e consegui ingressar aqui na faculdade.

- E seus pais não sabem ainda?

- E nem vão, o dia que eu conseguir me bancar eu conto pra eles.- Falei.

- Quero ter você planejando minha futura casa.- Pablo falou e eu sorri.

Ficamos conversando e comendo a comida, que era muito boa. Pablo me contou sobre sua infância e eu dava risadas das histórias dele. Ele era uma peste.

Era bom ter esses momentos com ele, mesmo tendo a realidade diferente da minha ele ainda assim era a pessoa que mais parecia me escutar. Pablo se mostrou diferente, muito diferente do eu eu pensava.

- Você ta olhando a muito tempo pro nada.- Ele falou quando estacionamento o carro na faculdade.- Um beijo pelos seus pensamentos.

- To pensando em nós.- Falei.- Mais em você.

- Por que?

- Você é muito diferente do que eu esperava Gavi.

- Isso é ruim?- Ele perguntou confuso.

- Na verdade é muito bom. Eu achava que você era só um garoto imaturo, obrigada por provar que eu estava errada.- Falei e ele sorriu, maldito sorriso. Ele tirou o cinto de segurança e se aproximou de mim. Ali eu percebi que não era apenas uma quedinha pelo camisa 30 do Barcelona. Eu gosto de Pablo. O Pablo Gavira, aquele que ama cachorros, aquele que não faz mal nem a uma formiga mas morre de medo de abelha. Aquele que me escuta tagarelar mesmo que seja o assunto mais chato pra ele.

Senti seus lábios se conectarem aos meus e aprofundei o beijo. A euforia percorria nossos corpos e eu não conseguia me separar dele e nem queria. Ali não existia fama, nem exposição, nem problemas. So existia nós dois. Gavi e Gabi.

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Capitulo diferente mas so pra vcs entenderem nosso casal secundário que eu tanto amo.
Posso trazer mais capítulos assim se quiserem tbm.

Perdição; Pedrí Gonzalez Onde histórias criam vida. Descubra agora